A 8ª promotoria de Justiça da Saúde de Santarém, desde o dia 20 de abril, solicitou às secretarias municipal e estadual de Saúde, a composição de um mapa com os casos confirmados e suspeitos de covid-19, distribuídos por bairros. A intenção é que a população visualize o avanço da contaminação na cidade. Mensagens e dicas relacionadas à doença também são incluídas no material distribuído por meio de rede social. Santarém já têm 220 casos confirmados até o dia 11 de maio, e 15 óbitos.
De acordo com a promotora de Justiça Lilian Braga, o mapeamento tem caráter pedagógico, pois a população pode visualizar a situação no seu bairro e intensificar as medidas de cuidado para evitar a contaminação. Desde o dia 4 de maio também é divulgado o mapeamento da região oeste do Pará e Tapajós, com os números por município. A região soma 383 casos confirmados em 17 municípios.
A promotora relata que o MPPA tem sido constantemente acionado para acompanhar a expansão das contaminações em Santarém e em toda região, e as políticas públicas de prevenção ao novo coronavírus. Já foram expedidas Recomendações voltadas para a proteção das comunidades rurais e populações tradicionais, adequação das feiras e mercados, garantia de merenda escolar aos alunos, proteção de idosos em asilos e da população de rua, fiscalização de embarcações, portos e aeroportos, atendimento adequado em hospitais da rede particular e outras ações, como reuniões e ajuizamento de ações.
A promotora de Justiça Lilian Braga destaca que é necessário dialogar com os outros municípios da região do Baixo Amazonas, uma vez que para o atendimento da alta complexidade, o município de Santarém é que vai receber esses pacientes. “Atendemos uma população que vai desde Almeirim até Jacareacanga. Se nós não tivermos medidas eficazes de enfrentamento à prevenção dessas contaminações, nós não teremos sistema de saúde capaz de atender”.
Outra preocupação é em relação ao número de leitos de UTI disponíveis no Hospital Regional e os que poderão ser montados no Hospital de Campanha. No dia 7 de maio, estavam 100% ocupados e houve necessidade de liberar de outros setores para suprir. “Porém, não são suficientes para a quantidade da população que nós temos”, alerta, por isso o MPPA acompanha o cumprimento das medidas de isolamento social, os decretos e demais ações, e se for necessário, adotará as providências para garantir o direito à saúde e proteção da população. (MPE)