Com 6.099km², 2020 já é o segundo ano com mais alertas de desmatamento da série histórica anual, segundo dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER). Na comparação com o ano passado, que fechou com o maior percentual de aumento no desmatamento da década, houve redução de apenas 5%.
Em agosto de 2020 foram 1.359km², a segunda maior marca para o mês, desde o início da série histórica, porém 21% menor do que em 2019, quando tivemos a marca máxima para o mês (1.714 km²). Do total de áreas com alertas, 55% correspondem a alertas de corte raso – quando toda a floresta é retirada, e 11% são cicatrizes de queimadas.
O Deter foi criado em 2004, com o objetivo de gerar informações em tempo real para subsidiar o trabalho de fiscalização e operações de combate ao desmatamento da Amazônia, permitindo que os órgãos de fiscalização e controle planejem com mais precisão suas atividades para coibir o desmatamento e as queimadas. Em 2015 entrou no ar o Deter-B, capaz de fornecer informações mais rápidas, precisas e com uma resolução espacial mais acurada.
O sistema aponta, ainda, a tendência da taxa oficial de desmatamento (Prodes), divulgada anualmente, considerando sempre o período de agosto de um ano a julho do ano seguinte.
Fogo continua
Infelizmente, com o auge da temporada seca na floresta, o ambiente continua vulnerável à incêndios criminosos e a conversão de florestas. Em julho houve aumento nas queimadas e agosto manteve praticamente o mesmo patamar do desastre do ano passado. Nos 10 primeiros dias de setembro, já chegamos ao assombroso número de 13.810 focos de queimadas, o que representa um aumento de 85% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os desmatadores ilegais podem ter diminuído um pouco o ritmo da derrubada de florestas, mas o que vemos é o aumento assustador das queimadas, que é a outra face da mesma moeda do desmatamento.
“Esses números são reflexos da política antiambiental do governo e de suas ações comprovadamente ineficazes em conter a destruição, como uma moratória do fogo sem fiscalização e a Operação Verde Brasil 2”, afirma Rômulo batista, da campanha Amazônia do Greenpeace. O fogo é usado por fazendeiros e grileiros para remover a floresta ou quando ela já está derrubada e seca pelo sol, visando aumentar as áreas de pastagem ou agrícolas, especulação de terras e grilagem. Ou seja, os incêndios não ocorrem de forma natural na Amazônia. A prática se tornou ainda mais comum com a falta de fiscalização e desmantelamento dos órgãos ambientais promovido por este governo. A Amazônia enfrenta o câncer da política anti ambiental do governo e os sintomas são as queimadas recordes e taxas de alertas desmatamento nas alturas.
Fonte: Greenpeace