Transmitida pela picada de mosquitos infectados (Anopheles), a malária é uma doença grave, que tem como principais sintomas calafrios, febre alta e suor intenso. Se não for prevenida ou tratada a tempo, pode ser fatal. Desenvolvido há mais de 20 anos com o propósito de manter sob controle o número de casos nos territórios quilombolas do Alto Trombetas 1 e 2, em Oriximiná, oeste do Pará, o Projeto de Combate à Malária vai realizar a campanha preventiva de 2021 no período de 03 a 28 de maio em mais de 20 comunidades com ações de borrifação, pulverização intradomiciliar e intervenções de sensibilização e educativas.
Esta iniciativa tem sido fundamental para a prevenção, o controle e o combate à malária, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e adulta. Para manter o controle da doença, é essencial também que os comunitários permitam o acesso das equipes do projeto às suas residências. O Projeto faz parte do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Oriximiná, e atende a condicionantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Com o projeto, tivemos menos índice de malária em nossas comunidades. Gostaria de pedir às nossas comunidades remanescentes de quilombos que facilitem o trabalho dos técnicos na hora que forem fazer a visita nas casas, porque isso contribui para a saúde de nossas comunidades e, assim, vai eliminar o mosquito que transmite essa doença”, comenta a professora Anísia Garcia dos Santos, da comunidade da Tapagem.
Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da MRN, também reforça a necessidade das comunidades agendarem-se para receberem os técnicos do projeto no período da nova campanha, que, assim como em 2020, segue todos os protocolos de segurança preventiva por conta da pandemia de Covid-19. “Esse projeto é de extrema importância para a prevenção ao combate à malária, doença que tanto acomete nossas comunidades. Um dos nossos maiores desafios é realizar a ação em 100% de todas as residências. Para isso, a gente pede a colaboração de todos os comunitários, que possam receber as equipes, abrir suas casas e dar permissão para que esse serviço seja executado. Essa ação nos dá segurança de ter uma efetividade de realização dos serviços e permite que a doença não se propague”, alerta Cunha.
Paralelamente às ações de borrifação e fumacê intradomiciliar, serão realizadas intervenções de sensibilização e educativas nas comunidades, para conscientizá-las sobre as boas práticas à prevenção da doença. “O combate da malária dentro da comunidade de Cachoeira Porteira trouxe muitos benefícios como, por exemplo, a borrifação, o controle e as palestras educativas, trabalhando a questão do combate à malária dentro da escola, para que os alunos também possam conhecer, de fato, como é feita a prevenção”, declara Adriana Canto Moda, da comunidade Cachoeira Porteira.
Além da prevenção, Lenise Melo, coordenadora de Endemias da Vigilância em Saúde de Oriximiná, ressalta a importância de busca por entendimento médico. “Gosto de participar destas campanhas para conversar e explicar aos comunitários que só a intervenção do controle não resolve. É importante entender que o ciclo da malária tem uma rápida proliferação. Por isso, orientamos que, ao perceberem os sintomas, procurem o quanto antes o atendimento médico, para evitar um surto de malária”, assinala.
Calendário de visitas técnicas do Projeto de Combate à Malária
Comunidades
Erepecú: 03 de maio
Moura: 04 e 05 de maio
Boa Vista: 06 e 07 de maio
Água Fria: 10 de maio
Ajudante: 11 de maio
Mussurá e Vila Paraíso: 12 de maio
Lago Batata: 13 de maio
Flexal: 14 de maio
Cachoeira Porteira: 20 e 21 de maio
Comunidade do Abuí: 22 de maio
Paraná do Abuí e Santo Antônio: 23 de maio
Tapagem: 24 de maio
Sagrado Coração: 25 de maio
Mãe Cué: 26 de maio
Juquirizinho e Curuçá: 27 de maio
Jamarí, Juquiri e Palhal: 28 de maio
Fonte: Temple Comunicação