Através da metodologia “Diagnóstico Rural Participativo (DRP)”, que permite que os próprios comunitários façam seu diagnóstico, 69 pessoas, entre lideranças e moradores de 14 comunidades do Projeto Estadual de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Curumucuri de Juruti, participaram de oficinas nos dias 20 e 21, nos pólos Batata, Santa Maria e Castanhal.
O diagnóstico socioambiental dos Peaex no município de Juruti é inédito, impulsionando o autodiagnóstico sobre o estado de seus recursos naturais, incluindo a situação econômica, social e outros aspectos importantes para as comunidades.
A metodologia está sendo aplicada pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), que faz parte do projeto Ingá – Indicadores de Sustentabilidade e Gestão na Amazônia, atuando em frentes diferentes para apoiar na formação do capital humano local, sua autonomia da gestão e liderança do território, proteção e conservação de florestas nativas, restauração de áreas degradadas, apoio ao empreendedorismo e a estruturação do observatório de indicadores de desenvolvimento sustentável em Juruti.
Marcelo Alves, analista socioambiental do IEB e responsável pelas oficinas, pontuou o que considera importante dentro do projeto Ingá: “Poder ter uma visão de quem realmente mora ali, não é algo construído de cima para baixo. É algo que está sendo construído por eles mesmos. Nesse ponto vamos poder construir junto com eles, assessorar eles a chegarem à autodeterminação dessa comunidade, pela sua participação, e fomentar um desenvolvimento sustentável voltado a realidade deles”, afirmou Marcelo.
Nas oficinas, o público levantou dados ambientais das comunidades da década passada até 2021, bem como desafios sociais e crises, e juntos montaram um mapa bastante rico em detalhes, com percepções, olhar da comunidade.
“Foi boa a participação nesta oficina do projeto Ingá. Eu tenho certeza que iremos nos engajar mais, saber como fazer pra preservar a natureza, fazer nosso plantio, ter mais sustentabilidade em nossa região. Ficamos satisfeitos com a oficina, foi a primeira vez que algo assim foi feito aqui, acredito que foi bom para todos”, diz Maria do Socorro Ferreira, moradora e coordenação da secretaria da comunidade Batata.
A mesma oficina irá acontecer no próximo final de semana para o Peaex Prudente Monte Sinai, desta forma ao final ambos os Peaex poderão ter claro um retrato socioambiental para estabelecer ações práticas de fortalecimento do território, contribuindo com o desenvolvimento sustentável para uma região com mais de 1.800 famílias.
O projeto é coordenado pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), com investimentos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), da Alcoa, do Instituto Alcoa, da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), e parcerias do Instituto Vitória Régia (IVR), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e Centro de Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).
Diagnóstico individual
Durante o mesmo período, nas comunidades em que ocorreram as oficinas, duas técnicas do projeto aplicaram questionários individuais com os moradores das comunidades. Levantando informações sobre cultivo agrícola, resíduos, educação, água, meio ambiente, programas sociais e manejo. Este diagnóstico individual será aplicado até o final de dezembro chegando a mais de 400 questionários nos territórios dos Peaex.
Esta etapa de coletas de dados primários irá contribuir com as oficinas de Diagnóstico Rural Participativo e resultará em um relatório robusto da realidade local. No final de janeiro, o diagnóstico será apresentado e validado com as comunidades para fechamento do documento final.
Fonte: Comunicação IJUS