O Projeto de Combate à Malária deu início, no último dia 03/10, às ações nos territórios onde a Mineração Rio do Norte (MRN) atua. Com prevenção e informação, a iniciativa é realizada há mais de 20 anos em comunidades ribeirinhas e quilombolas do Alto Trombetas. O projeto faz parte do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Oriximiná, e atende a condicionantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Os técnicos realizam a borrifação, pulverização nas comunidades e dentro das residências e promovem campanhas de educação. “Até o dia 27 de outubro estaremos nas comunidades, realizando ações preventivas e, também, campanhas orientativas com educação em saúde. É importante porque formamos importantes redes de apoio, tendo as comunidades como parceiras”, observa Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da MRN.
De acordo com Natália Fandi, médica do Hospital de Porto Trombetas (HPTR), unidade de saúde mantida pela MRN, a malária é uma doença muito comum no Norte do Brasil, causada por um protozoário chamado plasmodium, transmitido por um mosquito.
“A picada do mosquito leva esse patógeno para nosso sangue. Quando um mosquito nos pica novamente, ele leva esses protozoários de novo para outras pessoas. Ele causa sintomas como: febre de horário [quase sempre no mesmo horário]. Pode deixar a pele amarela, a urina escura com a cor de café e ainda dar dor de barriga”, explica ela.
Segundo a médica, quem procura o hospital tem um certo conhecimento sobre os sintomas. “Quem é da região, normalmente, já chega ao hospital falando que está com malária e, normalmente, a pessoa acerta, de tão grande o contato da região com a doença, mas o diagnóstico não pode ser feito, apenas, pelos sintomas, precisamos do teste para dizer que o paciente está realmente positivo”.
A malária precisa de tratamento adequado, pois é uma das doenças que mais matam em todo o mundo, com altas taxas de morte, principalmente entre grávidas, crianças e idosos. “Ainda não temos uma vacina eficaz e infelizmente não criamos imunidade definitiva. Por isso, mesmo tendo sido acometido pela doença, estamos sempre suscetíveis a ser contaminados novamente. O mais importante é a prevenção: usar mosqueteiros e abrir as portas das casas quando a dedetização chega”, exemplifica Natália.
O controle da doença é feito a cada seis meses, considerando os períodos em que as condições climáticas favorecem a reprodução do mosquito. “Por isso, mediante permissão do morador, a equipe responsável faz a inspeção do ambiente, aplica inseticida nas paredes internas das casas, do chão até o teto, e nas áreas externas é feita a aplicação do fumacê. Essas ações têm a finalidade de atingir e matar os mosquitos infectados, que transmitem a malária”, explica a analista.
Os moradores precisam ficar atentos à programação da campanha para receber e autorizar a entrada das equipes. De acordo com Genilda, as ações desenvolvidas, também, são realizadas com o objetivo de controlar os riscos de transmissão de outras doenças endêmicas, como a leishmaniose, dengue e febre amarela. (MRN)