Projeto do Ibama em conjunto com a agência francesa Expertise France, aprovado pelo fundo europeu Euroclima, promoverá cursos de Manejo Florestal Sustentável (MFS) a servidores de 11 órgãos ambientais da Amazônia em 2023. A capacitação será realizada pelo Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), que desde 2009 realiza várias atividades de ensino, pesquisa, extensão e capacitação em manejo florestal na área da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no Pará.
No âmbito do projeto “Fortalecimento da governança dos órgãos ambientais da Amazônia em Manejo Florestal Sustentável”, o Instituto coordena comitê gestor do qual participam nove órgãos ambientais estaduais da Amazônia, além do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para discutir diretrizes e promover a participação de todos os órgãos na concepção de suas etapas.
As aulas teóricas ocorrerão em Santarém, no oeste do Pará, e as atividades de campo serão desenvolvidas na Flona do Tapajós, em áreas submetidas a Manejo Florestal Sustentável (MFS) comunitário. Serão abordados os tópicos Dendrologia (identificação de árvores em campo por características morfo-botânicas e etnobotânicas); Análise de Inventário Florestal (documento que contém o levantamento de todas as árvores da área submetida a MFS); Operações Florestais (operações realizadas em campo para minimizar o impacto ambiental da extração de árvores); Identificação Anatômica de Madeira (identificação da madeira por características macroscópicas); e Sensoriamento Remoto aplicado a MFS (técnicas e ferramentas para monitoramento das áreas submetidas a MFS).
O objetivo do projeto é capacitar plenamente o corpo técnico dos órgãos ambientais para análises criteriosas dos planos de manejo e monitoramento das áreas, a fim de garantir que as técnicas de manejo florestal sejam aplicadas adequadamente para a minimização de impactos na floresta. Outra finalidade é a padronização do conhecimento entre órgãos ambientais que possuam competência autorizativa, para que não haja divergências na regulação de MFS em diferentes Unidades da Federação. O projeto já promoveu um curso sobre MFS e Mudança do Clima, reforçando o papel da atividade como ferramenta importante nas políticas públicas de mitigação dos danos climáticos.
“A atividade de MFS no Brasil é considerada uma das principais alternativas de conservação da Floresta Amazônica. A capacidade de geração de renda aliada ao aproveitamento de recursos naturais de forma sustentável possibilita gerar benefícios sociais mantendo a floresta em pé.”, explica Gustavo Bediaga, analista ambiental do Ibama que coordena o projeto.
Para executar o Manejo Florestal Sustentável na Amazônia é necessária autorização dos órgãos competentes. O tipo de empreendimento e a localização definem qual dos 11 órgãos ambientais que detém essa competência deverá ser consultado para emissão de autorização (nove estaduais, o ICMBio e o Ibama).
O Manejo Florestal Sustentável é uma atividade complexa que demanda conhecimento de diversas áreas da ciência florestal, como identificação de espécies, estatística florestal, práticas silviculturais, dendrometria, engenharia de estradas e ecologia florestal, entre outras.
As capacitações serão realizadas pelos professores Lia Melo, Ulisses Silva, Luciana Sousa e Renato Bezerra do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa); com a colaboração do pesquisador Ademir Ruschel, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), do professor Rodrigo Pereira, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), da professora Gracialda Ferreira, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), dos doutorandos Karla Almada, Afonso Oliveira e Gabriel Máximo, dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), respectivamente; e de Carlos Braga Ferreira, Engenheiro florestal da Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona).
Fonte: Ibama