Relatório divulgado recentemente pelo Observatório do Clima e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) mostra que em 2021 as emissões de gases do efeito estufa no Brasil atingiram o 2º maior aumento anual em um período de quase duas décadas. O volume liberado cresceu 12,5%, chegando a 2,4 bilhões de toneladas brutas. A alta deste e outros índices aumentou a preocupação de órgãos e autoridades sobre o assunto, que buscam alternativas para frear os efeitos da atividade humana sobre a natureza. A temática ganha força nesta segunda-feira, 05 de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.
A adoção de estratégias voltadas ao tema se tornou uma prática de mercado essencial, que se reflete em aspectos como captação de recursos, gestão de riscos e imagem. É o caso do Sicredi, que atua de acordo com uma Estratégia de Sustentabilidade alicerçada nos pilares Ambiental, Social, Econômico e de Governança, com foco em maximizar os impactos positivos e mitigar os impactos adversos de sua atuação.
A Estratégia de Sustentabilidade do Sicredi é baseada em três direcionadores: ‘Relacionamento e Cooperativismo’, ‘Desenvolvimento Local’ e ‘Soluções Responsáveis’, que se desdobram nos indicadores que compõem a matriz de materialidade da instituição – chamada de Referencial de Desenvolvimento Sustentável. Os indicadores monitorados são transversais, ou seja, refletem a atuação de todas as áreas da instituição, como negócios, relacionamentos, cultura e pessoas, entre outras. Como parte da estratégia, o Sicredi se tornou signatário do Pacto Global em 2020, por entender que sua atuação está diretamente relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
E a estratégia se reflete diretamente nas práticas. No ano passado, por meio do apoio a seis projetos de créditos de carbono localizados em diferentes regiões do Brasil, o Sicredi neutralizou mais de 45 mil toneladas de gases de efeito estufa, relativas às emissões calculadas em seu Inventário de Emissões. Também com esse objetivo, prioriza a utilização de energia limpa nas agências e sedes administrativas, com a implantação de painéis de energia solar.
Em Mato Grosso e no Acre, por exemplo, área de atuação da Central Sicredi Centro Norte, as agências e sedes administrativas são abastecidas por energia gerada por usinas próprias. Nos demais estados abrangidos pela Central (Pará, Rondônia, Amazonas, Roraima e Amapá) está em estudo a construção de novas usinas fotovoltaicas e outros modelos sustentáveis de energia. “Com os investimentos em energia limpa, buscamos reduzir nossas emissões de carbono, antes de neutralizar. Em diversos municípios de Mato Grosso, por exemplo, as cooperativas já adotaram como norma o uso do etanol em todos os veículos flex – um combustível mais limpo, de origem vegetal e cuja produção gera empregos e arrecadação de tributos no próprio estado, o que estimula o desenvolvimento local, outro pilar da nossa atuação”, pontua a gerente de Sustentabilidade e Cooperativismo da Central Sicredi Centro Norte, Daniela Lepinsk Romio.
Ela ressalta que a atuação do Sicredi recebeu, em 2022, reconhecimentos internacionais, incluindo apresentação de ‘case’ acerca de finanças sustentáveis na COP 27, no Egito, e a classificação da agência Morningstar Sustainalytics como instituição com ‘risco baixo’ de impactos financeiros oriundos de fatores ESG (ambientais, sociais e de governança). Com um score de 15,9 (quanto menor, melhor), o Sicredi ficou entre os 20 melhores ‘Bancos Diversificados’, entre as 400 instituições financeiras avaliadas no mundo.
Sustentabilidade nas cooperativas
Os projetos sustentáveis desenvolvidos pelo Sicredi estão cada vez mais presentes nas comunidades, beneficiando a população local. As cooperativas realizam inúmeras iniciativas como reciclagem, aproveitamento de materiais sustentáveis, campanhas e ações de conscientização, além de projetos que visam contribuir ativamente para a preservação da flora e fauna das regiões.
Este é o caso do projeto Recuperando Nascentes, desenvolvido pela cooperativa Sicredi Integração MT AP PA, com sede em Rondonópolis. O projeto nasceu em 2012 e tem o objetivo de aumentar o volume de água nas nascentes dos rios, promover o equilíbrio ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais, por meio do plantio de mudas. Até maio deste ano foram realizadas 104 ações, com o plantio de mais de 135 mil mudas, que mobilizaram a participação de 7 mil voluntários.
“O projeto Recuperando Nascentes é a materialização dos nossos valores, pois acreditamos que as nossas ações devem impactar positivamente as regiões onde estamos inseridos. Unindo a cooperação ao voluntariado, agimos juntos pela preservação das nascentes locais e cooperando para um futuro cada vez mais sustentável”, afirma o presidente do Conselho da Administração da cooperativa, Marco Túlio Duarte.
A Sicredi Vale do Cerrado MT AM, adota políticas de reciclagem, reutilização da água da chuva e utilização de materiais recicláveis para construção de agências smart desde 2019, presentes em cinco cidades no interior de MT. A cooperativa recupera containers utilizados em transporte naval que seriam descartados e os transforma em escritório de negócios. Em frente às agências smart, a cooperativa desenvolve todo o paisagismo, com a construção de um ambiente de convivência com bancos feitos a partir de plásticos reutilizáveis.
“Esse modelo de agência é utilizado para beneficiar a logística dos nossos associados e cidades que são afastadas e desassistidas pelas demais instituições financeiras. O uso dos containers é um aliado da nossa expansão, pois além de trazer o viés da sustentabilidade, traz muita velocidade para atender localidades de difícil acesso. Temos casos de cidades que, depois da nossa chegada, cresceram de tal forma que a agência contêiner foi substituída por uma “tradicional” e o contêiner foi remanejado para outro município. Isso é muito gratificante do ponto de vista do cooperativismo”, explica o gerente de Infraestrutura da cooperativa, Ricardo Balbinot.
No quesito práticas internas sustentáveis, a cooperativa Sicredi Biomas MT AC AM adotou no ano passado algumas políticas nas agências. Entre elas está a implementação de assinatura eletrônica e o papa-cartão (para destinação correta de cartões inutilizados). Além disso, a cooperativa realizou a Maratona do Futuro, na forma de Hackaton em Rio Branco (AC), na qual foram apresentados projetos voltados para dois eixos “sustentabilidade” e cooperativismo”, fomentando ideias e práticas sustentáveis. A cooperativa também promove o Movimento EcoBiomas, que fomenta ações de conscientização socioambiental junto à comunidade.
“O Movimento EcoBiomas visa dois grandes eixos. O primeiro é compartilhar e comunicar informações a respeito de sustentabilidade e o segundo é promover ações sobre o tema. O objetivo é tornar o mundo um lugar ainda mais próspero e justo”, pontua o assessor de Comunicação e Marketing da cooperativa, Renan Barbosa.
Economia Verde
A sustentabilidade também está presente no portfólio de produtos da instituição financeira cooperativa. No ano passado, o Sicredi concedeu R$ 34,2 bilhões em créditos para a economia verde no País, com destaque para a agricultura familiar (R$ 12,5 bilhões), agricultura de baixo carbono (R$ 8,3 bilhões) e linhas voltadas à energia renovável e sustentabilidade ambiental (R$ 6,1 bilhões). Em termos de carteira de crédito, o Sicredi já tem quase 20% do total destinados à economia verde.
Fonte: Sicredi