Nos últimos três meses, lideranças e membros que compõem o Instituto Juruti Sustentável (IJUS), enquanto representantes da sociedade civil, do poder público e do setor privado, participaram de oficinas sobre “Captação de Recursos” e “Gestão e Governança” pelo Projeto Ingá (Indicadores de Sustentabilidade de Gestão na Amazônia) que é coordenado pelo Instituto.
A temática de Gestão e Governança proporcionou momentos de diálogos e reflexão sobre planejamento estratégico, princípios, valores e cultura organizacional do IJUS somado aos seus objetivos de contribuir com o bem viver no território, com geração impacto positivo alinhado às práticas de ESG (Environmental, Social and Governance), sigla em inglês que representa sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa nas empresas.
Já as abordagens sobre Captação de Recursos, o que inclui a gestão de projetos, foram ambientes de reflexão e entendimentos acerca de alocação de recursos, gerenciamento temporal, administração de pessoal, fontes de financiamento, atividades coordenadas e comunicação. Os módulos de oficinas, com a apresentação de seis propostas de projetos elaborados pelas equipes representantes do IJUS, encerraram em 29 de setembro. A Oficina de Captação de Recursos teve três módulos e como facilitadora Évani Santos, professora da UFOPA Santarém (Universidade Federal do Oeste do Pará).
Segundo ela, os desafios da captação de recursos para as organizações sociais foram bastante discutidos. “Vimos as dificuldades, mas também caminhos que apontavam para a diminuição dessas dificuldades de acesso, fontes de financiamento, como a organização social deve se portar diante de um financiador, ou seja, como se adequar aos requisitos dos financiadores; e um dos meios mais factivos que nós colocamos na oficina foi a elaboração de projetos sociais e como demonstrar para os financiadores o impacto que aquele projeto vai trazer para atacar os problemas sociais do município”, descreve.
Ainda segundo a facilitadora, a busca por parcerias é importante. “E aqui no município de Juruti, a gente vê isso muito fortemente, por meio das parcerias entre as organizações, as empresas, o poder público, o governo. Então, isso foi de fundamental importância para que eles (instituições e movimentos sociais) compreendessem a importância da captação de recursos e a importância de toda essa rede”, destaca.
Roteiros
Giselle Alves, professora da UFOPA Santarém, também atuou como facilitadora da Oficina de Captação de Recursos e destaca a elaboração de roteiros dos seis projetos. “O primeiro exercício foi sondar as possibilidades de recursos disponíveis no mercado e elaborar um projeto que se adequasse a essa demanda. Nós tivemos projetos variados, trabalhando de maneira muito forte a questão dos objetivos de desenvolvimento sustentável; tivemos projetos ambientais, projetos relacionados às mulheres, a agricultura familiar, o meio ambiente. Foi bem diversificado e muito rico, porque todas as entidades que fizeram parte desse momento têm expertise”, lembra.
Para ela, essa integração resultou em um acúmulo muito grande de experiência dentro de diferentes áreas de atuação. “Então, os projetos têm muito potencial para se transformarem em textos e serem submetidos em um processo de captação de recursos. Estou muito satisfeita com os resultados e com a convicção de que eles aprenderam muito sobre elaboração de projetos e captação de recursos”, avalia.
Juliana Simionato, Gerente de Projetos, e Bruna Cunha, Analista de Projetos, ambas representantes da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) ministraram as oficinas de Gestão de Projetos em Juruti. Segundo Juliana, o planejamento estratégico da PPA previa não somente aplicar a metodologia da Teoria da Mudança, mas também gerar muito debate. “Houve muita discussão, e isso enriqueceu muito essas oficinas. Então, saio daqui com um sentimento de dever cumprido e também confiante no crescimento do IJUS e no compromisso de todas as pessoas envolvidas”, disse.
Fortalecimento
O IJUS tem dedicado forças no fortalecimento do capital em prol do bem viver sustentável na Amazônia. Nesse sentido, Maria Raimunda Melo (Deise), presidente do Instituto, destaca os processos de formação. “Certamente vai fortalecer essas instituições, assim como vai fortalecer a nossa rede de movimentos sociais aqui no nosso município”, aponta. Para Ivan Pimentel, presidente da Cooafajur (Cooperativa da Agricultura Familiar de Juruti), foi oportuno participar das duas formações do Projeto Ingá. “Isso, para nós, gestores de instituições, é muito gratificante porque é isso que nossas organizações precisam, de conhecimento e de formação para nosso fortalecimento”, enfatiza
O Projeto Ingá é implementado pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), em parceria estratégica entre Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Alcoa Foundation, Citi Foundation, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e com parceria institucional da Aliança Bioversity & CIAT (Centro de Internacional de Agricultura Tropical) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA).
Fonte: Instituto Juruti Sustentável