Vereadores do Partido dos Trabalhadores em Bagé, no Rio Grande do Sul, denunciaram o prefeito da cidade, o bolsonarista Divaldo Pereira Lopes (PTB), por estocar mais de 8 mil cestas básicas enviadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do ano para auxiliar a população durante o período de estiagem. A denúncia ganhou as redes sociais nesta quinta-feira (2), e revoltaram a população da cidade gaúcha.
A denúncia foi feita na terça-feira (31), pelo vereador Lelinho Lopes, que compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando as cestas básicas em um galpão. “É muito grave o que vimos hoje. Lembra das 10.800 cestas básicas enviadas pelo governo federal na época da estiagem? Dessas, 8.491 estão estocadas há meses em um galpão na nossa cidade”, escreveu o parlamentar.
O petista esteve no local acompanhado dos vereadores Marlon Monteiro, Caren Castencio e Flavius Dajulia.
“Milhares de pessoas clamam, diariamente, por alimentos, enquanto a prefeitura diz ‘não ter’ como auxiliá-las. Por que estão estocando cestas básicas? Por que as cestas básicas estão sendo entregues incompletas”, questionou Lelinho.
Os vereadores acionaram o Ministério Público Federal (MPF) para que tome providências com relação à suposta retenção das cestas básicas.
Em nota enviada ao site Bagé 24h, a prefeitura do município disse que a denúncia é “falsa” e que as cestas básicas estão sendo distribuídas.
“Em agosto deste ano, a Defesa Civil recebeu recursos para aquisição de 10.800 cestas básicas, devido ao decreto de emergência, ainda referente à estiagem”, disse a prefeitura. “Estas cestas são destinadas à zona rural e a Defesa Civil, desde então, vem entregando os alimentos, com a entrega já realizada de mais de 4000 unidades, obedecendo o cronograma previsto”.
Segundo a gestão municipal, após a “chuva de granizo, que danificou mais de 14 mil residências”, a prefeitura dividiu “equipes da Defesa Civil, de voluntários e do Governo Municipal em dois períodos, um para entrega de telhas e outro para a entrega de cestas básicas, que ocorre ao final do expediente, à tardinha”.