Os casos de malária no Pará, em 2023, tiveram redução de pouco mais de 3,30% em relação ao ano anterior, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), divulgados por meio da Coordenação Estadual de Controle da Malária. No ano passado foram 22.930 ocorrências confirmadas da doença, contra 23.714 registradas em 2022.
No ano passado, os casos ocorreram principalmente nos municípios de Jacareacanga, Itaituba, Anajás, Breves, Altamira, Almeirim, Chaves, Afuá, Curralinho e Cumaru do Norte, os quais contribuíram com aproximadamente 95% das confirmações da doença no Estado.
Em 2024, as ações desenvolvidas pelo governo do Estado, por meio da Sespa, em parceria com os 144 municípios, prosseguirão por meio da vigilância constante dessa endemia e na facilitação do acesso ao diagnóstico e tratamento imediato dos casos suspeitos da doença, além do combate ao transmissor da malária.
Sintomas e tratamento – A malária é causada por um protozoário transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese (excesso de suor). Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.
A malária tem cura, pois o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as formas graves. Daí a importância de a pessoa que tenha viajado nos últimos 15 dias para uma área endêmica de malária procurar imediatamente o serviço de saúde, assim que apresentar algum desses sintomas.
O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e a espécie parasitária – Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance a cura.
As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas das casas, se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz, e usar mosquiteiros e repelentes.
Segundo a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira, do total de casos confirmados ocorridos em 2023, 38,01% ocorreram em área rural; 35,50% em área de garimpo; 22,65% em área indígena; 3,79% em ambiente urbano e 0,05% em assentamentos. Ainda no ano passado, quatro mortes ocorreram por malária, sendo um óbito no município de São Félix do Xingu, na região Sudeste; dois óbitos em Jacareacanga, no Sudoeste, e um óbito em Itaituba, também no Sudoeste.
Ações de controle – A Sespa continua intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante fortalecer essas ações e manter a vigilância, assim como sensibilizar a gestão local.
Das ações realizadas entre janeiro e dezembro do ano passado, merecem destaque a distribuição de 29.600 testes rápidos aos 13 Centros Regionais de Saúdee o envio de 10.150 mosquiteiros, para cama de casal, impregnados com inseticida de longa duração (MILD), distribuídos entre o 4º, 7º, 8º, 9º, 10º e 13º Centros Regionais de Saúde, com base em critérios de casos notificados por localidade, número de prédios e da população afetada.
Cuidados – Sobre o uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paoola Vieira explicou que há dois tipos de borrifação. A intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências e onde o inseticida atua por até quatro meses, sendo a mais eficaz. “A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, informou.
Em 2023, para também combater a doença, a Sespa distribuiu 908.285 comprimidos de medicamentos antimaláricos aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender às Secretarias Municipais de Saúde, conforme as demandas.
Prosseguirão neste ano o assessoramento técnico às ações de investigação e controle de casos, com capacitações realizadas pela Sespa, apoiadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) em diversos municípios, e ainda dezenas de participações de técnicos da Coordenação de Malária em capacitações sobre a doença, em articulação com os demais entes federativos.
Fonte: Agência Pará