Ex-funcionário da Alcoa questiona os benefícios sociais do projeto de mineração em Juruti

Por Guilherme Ferreira

Nesta segunda-feira (28), o Portal OESTADONET publicou o relato de um ex-funcionário da Alcoa que questiona os resultados sociais do projeto de mineração da empresa no município de Juruti, no Oeste do Pará.

A Alcoa é um dos maiores produtores de alumínio primário do mundo, e desde 2009 mantém operações na mina de bauxita de Juruti.

Segundo o ex-funcionário, o projeto sustentável da Alcoa serve apenas para enganar o público geral, que não sabe como as coisas são realizadas no mundo dos grandes negócios.

Ele relata que o projeto colocou mais de 12 mil forasteiros na cidade, causando uma série de transtornos para a população local, como o aumento no valor do aluguel, o aumento no índice da prostituição, o desmatamento e a destruição de igarapés e da fauna local.

Em 2006, três anos antes de iniciar o projeto de mineração em Juruti, a Alcoa investiu 1,8 bilhões na construção da Estrada de Ferro Juruti, localizada entre a mina de bauxita e o Terminal Portuário do município. A obra facilitou o transporte do minério, mas trouxe impactos negativos para as comunidades locais, que convivem com o ruído intenso e a fumaça das locomotivas da companhia.

O ex-funcionário também diz que a empresa traz de fora do município toda a mão de obra de maior expressão e constrói casas de altíssimo nível para seus funcionários, com o intuito de integrá-los à comunidade local. Essas ações contribuem para aumentar a desigualdade social na região, uma vez que ignoram a mão de obra local e criam áreas privilegiadas que destoam da realidade dos moradores.

Além de expor esses problemas, o ex-funcionário questiona a real necessidade do projeto para o município. Ele ressalta que, mesmo tendo realizado ações sociais e obras de infraestrutura na região, a empresa visa exclusivamente o retorno financeiro exigido pelos seus acionistas.

“Pois é certeza que a vida dos moradores nativos de Juruti não melhorou! E nenhum morador de lá enriqueceu, ao contrário de um tanto de forasteiros que dominam os negócios na cidade”, ele finaliza.

Em véspera do ano em que o Pará se prepara para receber a COP30, o relato de um ex-funcionário da Alcoa, questionando os benefícios do projeto de mineração em Juruti, traz um alerta importante sobre os reais interesses das empresas que se instalam na Amazônia para explorar as riquezas da nossa região.

Leia a matéria original em: https://www.oestadonet.com.br/site/noticia/24549829/a-alcoa-e-sustentavel-em-juruti/

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