Mais de 45 mil quelônios das espécies tracajá, iaçá, tartaruga-da-amazônia e irapuca foram soltos em comunidades de Oriximiná e Terra Santa, no Oeste do Pará, pelo Projeto Pé-de-Pincha, em 2025. A iniciativa, que completou 25 anos em Oriximiná e 26 em Terra Santa, é realizada por universidades, órgãos ambientais e comunidades locais, buscando a conservação desses animais. A ação é desenvolvida pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com o apoio da Mineração Rio do Norte (MRN), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Universidade do Oeste do Pará (UFOPA), com participação direta de moradores das comunidades ribeirinhas.
No município de Terra Santa, foram soltos 15.826 filhotes. Já em Oriximiná, o número chegou a 29.877. As atividades, que começaram ainda no mês de agosto do ano passado, envolveu o monitoramento de ninhos, eclosão controlada em chocadeiras e terminou com a soltura dos animais na natureza. Voluntária do projeto, dona Maria José participa das atividades em Terra Santa desde o início e comentou a sensação de ser parte importante na preservação ambiental na região Oeste do Pará. “Eu me sinto cheia de felicidade. Quando não participo da coleta fico agoniada e triste. Fico muito feliz também com o apoio da Mineração em coisas que não tínhamos antes e agora nós temos”, comentou.

Paulo Cesar Andrade, professor da UFAM e coordenador do Pé-de-Pincha, ressaltou a importância da participação ativa das comunidades. “O projeto tem ajudado a repovoar essas espécies em toda a Amazônia. A comunidade é o elo central do projeto, em um trabalho de voluntariado e com isso eles aprendem as técnicas e ajudam a natureza nesse processo de proteção destas espécies”, destacou.
De acordo com o professor, além das ações junto às comunidades, parcerias institucionais, como a existente com a MRN, são fundamentais para o pleno funcionamento do projeto a mais de duas décadas. “A MRN é uma parceira de primeira hora do projeto e é fundamental para prestar o suporte logístico às comunidades, permitindo que tenham materiais para executar estas ações. Sem estas parcerias, seria praticamente impossível desenvolver as atividades”, completou.
Para Genilda Cunha, coordenadora do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN, o qual o Pé-de-Pincha é parte integrante, a interação entre as instituições e as comunidades pode ajudar a superar desafios que surgem, garantindo a preservação das espécies de quelônios. “O projeto Pé-de-Pincha mostra como a união entre conhecimento científico e saberes tradicionais gera resultados concretos na preservação ambiental. A evolução na sensibilização e educação ambiental é visível, especialmente diante de desafios como as mudanças climáticas. Mas é a vivência prática, o envolvimento direto das comunidades, que realmente faz a diferença para o sucesso da iniciativa”, declarou.

Fonte: MRN