O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Santarém divulgou nesta sexta-feira (2) uma nota de solidariedade ao vereador Biga Kalahare (PT), após declarações consideradas homofóbicas feitas pelo vereador Malaquias Mottin (PL) durante participação em um podcast transmitido ao vivo na noite de quinta-feira (1º).
No trecho citado, Mottin fez provocações com conotação discriminatória ao se referir a Biga de forma ofensiva, questionando sua ausência na live e insinuando, com palavras de duplo sentido, que o parlamentar estaria “segurando alguma coisa em suas mãos”.
A insinuação, segundo o mandato de Biga, foi utilizada como instrumento de constrangimento, numa tentativa de desqualificar o colega com base em estereótipos ligados à masculinidade e orientação sexual.
Em resposta, o parlamentar do PT divulgou uma nota pública em que repudia as falas de Mottin, classificando-as como inaceitáveis e incompatíveis com a conduta que se espera de qualquer agente público. O mandato também anunciou que está tomando as medidas judiciais cabíveis contra o colega de Câmara, destacando que a imunidade parlamentar não pode servir de escudo para ataques que atentam contra a dignidade humana.
O Partido dos Trabalhadores reforçou sua posição em nota assinada por seu presidente municipal, Everaldo Martins Filho, destacando o compromisso da legenda com o respeito, o debate democrático e a defesa dos direitos humanos.
“Repudiamos veementemente qualquer tentativa de desqualificação pessoal ou política de parlamentares comprometidos com o bem comum, especialmente quando se utilizam de insinuações ofensivas”, afirmou a direção municipal do PT.
Biga, que vem pautando seu mandato por ações voltadas à inclusão e à promoção de direitos de populações historicamente marginalizadas, reafirmou seu compromisso com um debate político sério e institucional. Ele lembrou que a Câmara de Santarém oferece espaço público e transparente para o enfrentamento de ideias, por meio das sessões semanais transmitidas ao vivo, e disse não compactuar com “provocações pessoais nem com ataques levianos em redes sociais”.
O caso reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e o uso de plataformas digitais por autoridades públicas para veicular discursos de ódio ou preconceito. Movimentos sociais e entidades de defesa dos direitos LGBTQIA+ também devem se manifestar nos próximos dias.
“Trata-se, na verdade, de um ataque ofensivo e discriminatório”, afirma o mandato.
Malaquias Mottin volta aos holofotes há poucos dias de ter escapado de um pedido de abertura de processo de cassação pela Câmara de Vereadores de Santarém. Na ocasião, ele foi advertido por seus pares para medir as palavras e evitar novos ataques.
No entanto, o parlamentar ignorou a advertência e ainda atacou um colega de parlamento.