A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (13), uma megaoperação contra um grupo criminoso especializado no golpe do falso consórcio, com ramificações em nove estados brasileiros. Segundo as investigações, a organização teria movimentado cerca de R$ 500 milhões em transações fraudulentas.
No Pará, foram cumpridos mandados em Belém, Santarém e Ananindeua. Em Santarém, no oeste do estado, uma mulher apontada como integrante de alto escalão do esquema foi presa preventivamente. A suspeita foi identificada como Ádria Karla Bentes Picanço, presa no bairro São Francisco.
Os agentes também realizaram buscas em um escritório no bairro Umarizal, em Belém; no bairro Cidade Nova, em Ananindeua; e no bairro Imperador, em Castanhal, na Região Metropolitana.
A operação desta quarta é a terceira fase de uma investigação conduzida pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), com apoio das polícias civis locais. Ao todo, estão sendo cumpridos 45 mandados judiciais, 12 de prisão e 33 de busca e apreensão. O objetivo é atingir o braço financeiro da quadrilha e interromper o fluxo de recursos ilícitos.
O delegado Tiago Dantas, responsável pelo inquérito, explicou que o grupo mantinha call centers clandestinos para contatar as vítimas. “Em algumas situações, a assinatura e os repasses eram intermediados por funcionários treinados, com metas de captação de novos clientes e comissionamentos que giravam em torno de 1% do valor das operações”, afirmou.
O golpe
As investigações apontam que o grupo oferecia, principalmente por redes sociais, a venda facilitada de imóveis e veículos. As vítimas eram induzidas a assinar contratos e efetuar pagamentos, mas nunca recebiam os bens prometidos.
Após o primeiro contato virtual, os golpistas marcavam encontros presenciais em escritórios para a assinatura de contratos e a realização de pagamentos. Para dar aparência de legitimidade, o grupo utilizava empresas de fachada e sistemas digitais, além de manter grupos de mensagens para tratar das transações.
Uma vez captados os recursos, a quadrilha encerrava as atividades no endereço físico, deixando as vítimas sem contato, sem dinheiro e sem os bens.
Histórico da investigação
O caso começou a ser investigado em janeiro de 2023, quando quatro pessoas foram presas em flagrante e outras 15 foram conduzidas para depoimento em Curitiba.
Em março deste ano, na segunda fase da operação, cinco pessoas foram presas no Amazonas e em Tocantins. Na ocasião, a polícia apreendeu celulares, computadores e documentos que levaram à identificação dos dois líderes do grupo.
Até agora, a PCPR já confirmou a atuação do esquema no Paraná, Amazonas, Ceará, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Cidades com mandados cumpridos nesta quarta (13)
Amazonas: Manaus
Pará: Belém, Santarém, Ananindeua
Alagoas: Maceió, Marechal Deodoro
Sergipe: Itabaiana, Lagarto, Aracaju
Bahia: Salvador
Ceará: Fortaleza, Eusébio
Minas Gerais: Belo Horizonte
São Paulo: São Paulo, Diadema, Campinas
Santa Catarina: Florianópolis
A Polícia Civil segue investigando para identificar novos envolvidos e rastrear o destino do dinheiro obtido com os golpes.