Após entregar uma carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pressionado pelo União Brasil, o ministro do Turismo, Celso Sabino, decidiu mudar de rumo e deve continuar no governo. A reviravolta contou com forte apoio da bancada do partido na Câmara: 46 dos 59 deputados assinaram um manifesto pela permanência de Sabino no cargo, o que pesou para que ele optasse por seguir na Esplanada.
O movimento, porém, abriu um racha no União Brasil, que já iniciou o processo interno para expulsar o ministro. Segundo aliados, Sabino ficou insatisfeito com a decisão de acelerar sua saída da legenda antes mesmo de retornar de uma viagem ao Pará ao lado de Lula.
A disputa também reflete os movimentos do Centrão em direção ao governo. Embora a cúpula partidária defenda a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao Planalto em 2026, parte dos parlamentares vê em Lula um aliado estratégico. Nesse cenário, cresce a expectativa de que o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), também resista às pressões de sua sigla para deixar o governo.
O ultimato para que Sabino deixasse o cargo foi dado pelo União em 18 de setembro, após o anúncio da saída da federação União-PP da base governista. Nos últimos dias, porém, Lula multiplicou acenos públicos ao ministro, que planeja disputar o Senado em 2026 com o apoio do presidente.