Águas de praias de Santarém e Belterra apresentam toxinas acima do limite para consumo humano, revela estudo

A presença de toxinas nas águas das praias mais visitadas do oeste do Pará acendeu um sinal de alerta. Um estudo realizado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) detectou concentrações de microcistinas, substâncias tóxicas produzidas por cianobactérias, acima do limite permitido para o consumo humano em amostras coletadas nas praias de Alter do Chão e Ponta de Pedras, em Santarém, e Pindobal, em Belterra.

Os resultados foram apresentados durante uma reunião esta semana na sede das Promotorias de Justiça de Santarém, convocada pela 13ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente. Estiveram presentes representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente de Santarém e Belterra, do Ibama, do Conselho de Saúde e de outras instituições.

O estudo, desenvolvido por professores, técnicos e alunos do Laboratório de Águas e Plantas da Amazônia (Lapam), Campus Oriximiná, e do Laboratório de Estudos de Impactos Ambientais (Leia), Campus Santarém, investigou a floração ocorrida em janeiro deste ano, após a aparição de uma massa esverdeada nas águas das praias.

Os pesquisadores Fernando Abreu Oliveira (técnico e doutorando), Mayerly Alexandra Guerrero (doutoranda) e o professor doutor José Max Júnior apresentaram os resultados, que confirmam a predominância de cianobactérias nas amostras analisadas. Segundo eles, os níveis detectados estão abaixo do limite de risco para banho e atividades recreativas, conforme parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ultrapassam os valores aceitáveis para consumo humano, o que pode representar risco à saúde, especialmente em casos de ingestão.

A promotora de Justiça Lilian Braga informou que a Promotoria instaurou um procedimento para acompanhar a situação e determinou o encaminhamento do relatório às secretarias de Meio Ambiente de Santarém e Belterra, bem como à Secretaria Estadual de Saúde, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo da qualidade das águas.

Além disso, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) recomendou a implementação de ações de educação ambiental, a instalação de placas informativas sobre a balneabilidade e potabilidade da água, e a divulgação pública dos resultados dos estudos de contaminação.

A promotoria também orientou os órgãos ambientais a seguirem as recomendações da OMS e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), alertando para os impactos que a proliferação de cianobactérias pode causar à saúde humana e ao ecossistema local.

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