O sabor e a tradição do tacacá, símbolo da culinária amazônica, podem ganhar um novo reconhecimento nacional. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) abriu uma consulta pública sobre o registro do Ofício de Tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil, convidando a sociedade a participar do processo de valorização desse saber ancestral.
Até o dia 19 de novembro de 2025, qualquer pessoa poderá enviar opiniões, sugestões ou informações que ajudem a fortalecer o pedido de reconhecimento das mulheres — e homens — que mantêm viva a arte de preparar e servir o tacacá, iguaria feita com tucupi, goma de tapioca e camarão.
As contribuições podem ser encaminhadas por e-mail ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, no endereço conselho.consultivo@iphan.gov.br, por correspondência enviada à sede do órgão em Brasília, ou pelo Protocolo Digital disponível no site oficial do Iphan. Após o término do prazo, todas as manifestações serão analisadas pelo Conselho, responsável pela decisão final sobre o registro.
A consulta é uma forma de reconhecer o protagonismo das tacacazeiras, figuras fundamentais na preservação das tradições amazônicas. O Iphan destaca que a participação da população — especialmente das comunidades que vivem essa prática no dia a dia — é essencial para garantir que o processo de reconhecimento respeite e valorize a voz de quem mantém essa cultura viva.
O pedido de registro do Ofício de Tacacazeira teve início em 2010, por iniciativa do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), como parte de um projeto voltado à documentação dos saberes ligados à mandioca no Pará. O tema já havia sido incluído no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) em 2006. Em 2024, o processo ganhou novo fôlego com a elaboração do dossiê técnico em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), reforçando o caminho para que o ofício seja finalmente reconhecido como um Patrimônio Cultural do Brasil.
