Uma fotografia registrada na noite de 10 de novembro, por um observatório na Itália, mostrou o 3I/ATLAS mais ativo do que nunca. O núcleo aparece extremamente brilhante, e a cauda, formada por gases e partículas, surge muito mais longa e definida do que nas semanas anteriores, evidenciando uma transformação acelerada.
Por que o cometa está mais ativo?
O comportamento é típico de cometas que se aproximam do Sol. À medida que o calor atinge o núcleo congelado, bolsões de gás se rompem e liberam jatos que arrastam poeira para o espaço, alimentando o crescimento das caudas e tornando o objeto mais luminoso.
Emissões de rádio geram polêmica
Nos últimos dias, o 3I/ATLAS ganhou destaque também pela detecção de emissões de rádio pelo radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul. Nas redes sociais, o fenômeno gerou especulações sobre uma possível origem artificial — hipótese rejeitada pela comunidade científica.
O astrônomo Cássio Barbosa explica que o fenômeno é totalmente natural:
“Essas emissões vêm de radicais hidroxila liberados quando a radiação ultravioleta do Sol quebra moléculas de água do cometa. É uma assinatura química comum”, afirma.
Ele lembra ainda que o termo “sinal de rádio” costuma ser mal interpretado.
“Se existisse alguma mensagem, seria impossível distingui-la. O barulho do gelo se rompendo domina completamente essa frequência”, diz.
Polêmica impulsionada por teorias alternativas
A atenção ao 3I/ATLAS aumentou após o pesquisador Avi Loeb, da Universidade Harvard, levantar a possibilidade de origem artificial — como fez em 2017 com o famoso ʻOumuamua. Barbosa discorda:
“A hipótese é a mais improvável. Não há nada que sustente essa ideia. Isso só viraliza porque rende cliques.”
Quem é o 3I/ATLAS?
Descoberto em julho de 2025 por um telescópio do projeto ATLAS, no Chile, o cometa chamou atenção desde o início por um motivo extraordinário: ele não pertence ao Sistema Solar.
É apenas o terceiro cometa interestelar já registrado, depois de ʻOumuamua (2017) e Borisov (2019). Astrônomos estimam que o 3I/ATLAS seja até 3 bilhões de anos mais antigo que o Sol, sendo uma relíquia cósmica formada em torno de outra estrela e lançada ao espaço há eras.
Uma verdadeira cápsula do tempo interestelar — e agora, ainda mais espetacular com sua cauda monumental.

