Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará, volta a ser território de arte, resistência e celebração. Entre os dias 18 e 20 de dezembro, o Festival Amazônia Queer retorna com três dias de programação gratuita que exalta a força da produção LGBTQIAPN+ do Norte, reunindo música, debates e criação coletiva às margens do Tapajós.
A edição de 2025 aposta em um lineup diverso, com artistas de várias cidades amazônicas. Estão confirmadas atrações como Suraras do Tapajós, Raidol, AQNO e RAWI, além de As Karuana, Coletivo de Mestres, DJ Scarlety, DJ Robacena, Yuri Dias, Jimy Herison, Princesinha do Xingu e DJ Noologia, em uma celebração que cruza ritmos, identidades e territórios.

Um dos momentos mais aguardados da programação é o espaço dedicado à cultura BallRoom, comandado por DJ Pedrita. A proposta leva ao festival a energia das batalhas, desfiles e performances que nasceram nas comunidades negras e latinas LGBTQIA+ nos anos 1980, transformando o palco em um lugar de expressão, pertencimento e afirmação.

Entre as novidades deste ano está o lançamento do Novo Pororoca Queer, iniciativa criada para revelar novos talentos LGBTQIA+ da Amazônia. Artistas iniciantes poderão se apresentar em performances de até 15 minutos, ampliando oportunidades e visibilidade para quem está começando. As inscrições estão abertas e podem ser feitas por meio de formulário disponível nas redes sociais oficiais do festival.

Além dos shows, o Amazônia Queer mantém seu caráter formativo com rodas de conversa que discutem memória, identidade, território, processos criativos e os atravessamentos políticos da vivência LGBTQIA+ na região. Os encontros reúnem artistas, pesquisadores e integrantes da comunidade, fortalecendo reflexões sobre cultura, pertencimento e futuro na Amazônia.
Realizado pelo Selo Alter do Som, com seleção pela Lei Rouanet Norte e patrocínio do Banco do Brasil, o festival se consolida como um dos principais encontros de diversidade e arte da região, reafirmando Alter do Chão como polo cultural amazônico.
Para o coordenador geral do projeto, Gabriel Rego Licata, o Amazônia Queer vai além do entretenimento:
“É um território onde nossas narrativas florescem sem precisar pedir permissão. O Amazônia Queer é sobre ocupar a floresta com nossa arte, nossos afetos e a certeza de que a Amazônia também é queer.”


