Por Uemerson Florencio*
Muitos consideram a memória traumática como uma lembrança passada do que que se viveu ou tenha testemunhou, mas não, ela também se revela muito mais nas suas ações do que exclusivamente nas lembranças. Simples, a partir dos gestos involuntários e das suas ações, você revela muitos dos seus traumas que na maioria das vezes desconhece. Chegou à curiosidade agora? Quantas pessoas conseguem ler e te manipular a partir da análise da sua linguagem corporal?
Existem pessoas que sente aquele profundo desejo de comprar brinquedos para brincar ou intensa vontade de brincar com outras crianças, a ponto de esquecer o tempo e espaço, já na fase adulta. O que pode significar estes eventos? Quantas vezes os seus pais puderam lhe presentear com algo do tipo? Quem mais recebia tais presentes na sua rede familiar, amizades ou vizinhança? Como era a sua reação na infância?
Muitas ocorrências que você viveu ou testemunhou na infância perante os seus pais ou responsáveis, ficaram registradas na sua memória. A questão é: Quais são elas? Porque fixou com tanta intensidade em sua memória? Porque você não consegue se libertar destas memórias e ainda carrega sentimento de culpa? Porque esta culpa? Você consegue entregar estas respostas para si mesmo?
Há muitos exemplos de traumas que refletem nas suas ações e entre eles, podemos destacar a passividade, o não saber dizer não ou o medo de ter coragem. E por falar em medos: Você hoje consegue listar ou descrever quais são os seus medos? Como você enfrenta as suas perdas, derrotas ou fracassos?
Se os reflexos da sua infância ainda estiverem impregnados em sua memória de forma inconsciente pode lhe trazer alguns sérios desafios comportamentais. Repito, se você foi uma criança que testemunhou ou viveu dramas intensos, chegou a sua fase adulta e não se trabalhou, possivelmente estará uma pessoa mal resolvida. Afinal, a sua criança interior ainda está machucada e cheia de conflitos que podem ter total disposição para brigar com o mundo adulto, ou seja, cresceu, mas não amadureceu.
É importante aprender a desenvolver confiança em si mesmo para melhor se reposicionar nas relações interpessoais. Quando você deixa de acreditar em sua capacidade de gerar respostas positivas para as questões negativas, você abre portas para o estresse e a angustia. Fortalecer os teus valores humanos e o teu interior, perdoando-se e compreendendo o que se passou é mais que essencial na sua construção pessoal. Não sei pelo que você passou em sua vida, se permita buscar ajuda!
Algumas palavras que você ouviu na família, na escola, entre amigos ou na suan vizinhança pode ter criado um amplo repertório para a sua formação quanto pessoa. Daí, isso pode incluir, as perspectivas aplicadas à carreira profissional em termo de formação e exercício profissional. O que será que você ouvia dessas pessoas? O que você escolheu na sua adolescência é o que você escolheu hoje? Você se sente uma pessoa profissionalmente realizada ou acumula frustrações por não ter sido a área do teu sonho? Se você pudesse largar tudo hoje, para qual área profissional você se lançaria?
E assim, seguem uma série memórias traumáticas se revelam nas tuas ações perante as suas relações interpessoais:
- O complexo de superioridade e inferioridade. Já se perguntou porque você se sente tão menor perante os outros? Porque você se compara tanto com as pessoas?
- Os sintomas físicos apresentados quando você fracassa ou perde. Quantas vezes alguém disse que você estava uma pessoa aérea, alheia ou que estava no mundo da lua? Teve uma reprovação e a sua pressão foi alterada para alta ou baixa de forma súbita?
- A dependência emocional e física de pessoas em sua vida. Quantas carências não foram resolvidas em sua vida? Muitas pessoas decidem por modelo de pessoa para o relacionamento nesta expectativa, mas quando a outra pessoa não atende os mimos, a crise existencial se instala. É o seu caso? Cuidado, alguém ficará só, logo, logo e terá dificuldades para novas relações se seguir por este caminho de procura.
- Pelo perfil de empresa que “escolhe” trabalhar. Porque muitas vezes você destaca ou reclama que os seus superiores tem as mesmas características dos seus pais? O que te faz ter esta leitura? Quais são as atitudes que eles têm que lhe traz desconforto e mal estar? O que você ainda não resolveu da sua relação familiar?
- Hora da refeição no lar. A forma como você conduz o processo e a seleção dos seus alimentos, bem como, o preparo das suas refeições, os recipientes e até mesmo, os horários em alguns casos reproduz o ambiente de infância. Porque você não adotou um estilo próprio? O que te leva acomodar-se no padrão dos seus pais com tanto apego? Já percebeu quantos conflitos tem gerado no seu relacionamento?
Quantas revelações, mas aqui eu não esgoto este assunto, mesmo porque existem dezenas de outras ações que revelam os traumas humanas perante as suas relações. Se você se identificou, faça uma releitura de si mesmo urgente!
*Uemerson Florêncio – (Brasileiro) Empreendedor. Treinador, palestrante e correspondente internacional de opinião para 5 países de língua portuguesa na África (São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique, Guiné Bissau e Angola), 7 países de língua espanhola (Argentina, Paraguai, Colômbia, Uruguai, Chile, Peru e Espanha) e Estados Unidos e Brasil, onde expõe sobre a análise da linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises, além de desenvolvimento de cidades. Criador do método pentágono da comunicação. Gestor de conteúdo do site da empresa Conceito Treinamentos no Brasil.