CRM e Sindmepa repudiam declarações de médica paraense que nega existência do câncer de mama

O Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) e o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) divulgaram, nesta terça-feira (29), notas de repúdio ao vídeo publicado pela médica paraense Dra. Lana Almeida. No vídeo, que rapidamente viralizou nas redes sociais, a médica nega a existência do câncer de mama, desencoraja a realização de mamografias e promove um tratamento alternativo baseado em terapia hormonal.

Lana Almeida, que atua como mastologista e especialista em Terapia de Reposição Hormonal Nano, se identifica como médica integrativa e afirma na publicação que “câncer de mama não existe”. Em suas declarações, ela sugere que a doença é, na verdade, uma inflamação crônica que pode ser tratada com modulação hormonal e reposição nano de hormônios, desencorajando a prevenção tradicional realizada por meio da mamografia.

“Venho falar que câncer de mama não existe. Esqueçam o outubro rosa, esqueçam mamografia. Mamografia vai causar inflamação nas mamas […] o que existe é uma inflamação crônica nas mamas, cálcio que sai dos ossos pela desmineralização pela baixa de testosterona”, afirma a médica no vídeo.

O CRM-PA informou, por meio de nota, que tomou ciência das declarações e que o caso está sendo apurado com base nas diretrizes oficiais e nos padrões éticos e científicos. “O caso será investigado em sigilo, como é de praxe nos processos de avaliação de conduta médica”, declarou o conselho.

O Sindmepa também se pronunciou de forma contundente contra as falas de Dra. Lana Almeida. Em comunicado oficial, o sindicato ressaltou que o câncer de mama é uma condição séria e amplamente reconhecida, sendo uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no Brasil. A entidade destacou que exames como a mamografia são essenciais para o diagnóstico precoce e para a redução da mortalidade, com protocolos científicos amplamente revisados e respaldados por estudos clínicos.

“A realização de mamografias segue rigorosos protocolos científicos e visa à proteção e ao cuidado da saúde da mulher”, afirmou o Sindmepa, reforçando o compromisso com a disseminação de informações corretas e cientificamente embasadas para garantir que a população tenha acesso a orientações médicas seguras e responsáveis.

Até o momento, Dra. Lana Almeida não se manifestou publicamente após os posicionamentos do CRM e do Sindmepa, e não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre suas declarações.

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