Os prefeitos recém-eleitos de Terra Santa, Rurópolis e Mojuí dos Campos, no oeste do Pará, estão enfrentando grandes desafios no início de seus mandatos. Herdaram administrações marcadas por sérios problemas financeiros, estruturas sucateadas e salários atrasados, o que tem gerado uma série de medidas emergenciais para reorganizar as gestões municipais.
Em Terra Santa, o prefeito Siqueira Fonseca decretou Situação de Emergência Administrativa e Financeira, alegando ter encontrado um cenário de caos deixado pela gestão anterior. A medida busca viabilizar ações urgentes para reorganizar a administração, estabilizar as finanças e retomar a normalidade na prestação de serviços à população.
Siqueira Fonseca destacou que o estado crítico da prefeitura afeta diretamente a qualidade de vida dos moradores. A nova gestão promete agir com rapidez para solucionar os problemas mais graves, mas ainda não divulgou detalhes sobre as estratégias que serão adotadas.
O prefeito Zé Filho da Farmácia assumiu a prefeitura de Rurópolis em um cenário alarmante. Ele denunciou um rombo de mais de R$ 9 milhões nas contas públicas e salários atrasados em diversas secretarias. Além disso, o maquinário municipal está em condições precárias, comprometendo serviços essenciais.
A Procuradoria Geral do Município foi acionada para apurar responsabilidades e buscar soluções jurídicas contra o ex-prefeito Taká. O objetivo é responsabilizá-lo pelo estado de abandono e irregularidades encontradas na gestão anterior.
“Estamos trabalhando para colocar a casa em ordem, mas os desafios são enormes. É um momento crítico para o município”, declarou Zé Filho.
Em Mojuí dos Campos, o prefeito Jailson Alves enfrentou uma realidade ainda mais impressionante: parte do maquinário da prefeitura estava desaparecida. Uma patrol, por exemplo, foi encontrada escondida no meio do mato em uma área rural do município.
Jailson afirmou que está avaliando o impacto do sucateamento e das dívidas herdadas. Ele deve adotar, nos próximos dias, uma medida semelhante à de Terra Santa, decretando Situação de Emergência para possibilitar ações emergenciais.
“A população merece uma gestão transparente e eficiente, mas, infelizmente, herdamos uma máquina pública sucateada. Vamos trabalhar para reverter esse quadro o mais rápido possível”, declarou o prefeito em uma rede social.
As novas gestões municipais estão adotando um tom crítico em relação aos antecessores, prometendo ações legais para apurar irregularidades e buscar reparações financeiras. As Procuradorias Gerais dos Municípios estão conduzindo levantamentos detalhados para identificar responsáveis e propor medidas judiciais, se necessário.
O caos administrativo afeta diretamente os moradores, que já sentem a precariedade dos serviços públicos e enfrentam incertezas quanto à regularização de salários e investimentos em infraestrutura.
As medidas emergenciais adotadas pelos novos prefeitos são vistas como um esforço para recuperar a confiança da população e retomar a estabilidade nas administrações. Entretanto, os desafios são significativos e exigem planejamento estratégico e agilidade para superar a crise.