Na Flota Trombetas, extrativistas se preparam para nova safra da castanha-do-pará

Foto: Ideflor-Bio / Acaje

Devido às mudanças climáticas a expectativa da Acaje  é que sejam coletadas em média três mil sacas de castanha de fevereiro a junho dentro da Unidade de Conservação de Uso sustentável que possui 3.172.978 hectares. 

A Floresta Estadual do Trombetas, um dos maiores tesouros naturais da Amazônia, se prepara para mais uma temporada de coleta da castanha-do-pará. A abertura da safra, marcada para os dias 2 e 3 de fevereiro, contará com a parceria da Associação dos Moradores da Comunidade de Jamaracaru e Região (Acaje), Policia Militar Ambiental, Prefeitura de Obidos e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), que é gestora da Unidade de Conservação de Uso Sustentável.

Segundo Sidiane Sampaio, presidente da Acaje, associação com mais de 50 anos de atuação na região, uma média de 600 extrativistas cadastrados junto ao Ideflor-bio devem entrar na Flota Trombetas por meio da Base de Proteção Ambiental de Jamaracaru, desde 320 são associados a Acaje e residem nas comunidades do entorno da Flota.

“A gente tem trabalho com os associados e ano passado a safra da castanha praticamente emendou a safra do cumaru, isso lá em setembro. Esse ano a gente acredita que a safra será menor, então até julho talvez a gente ainda consiga coletar a castanha”, declarou a presidente após informar que em 2024 foram coletadas 7.500 sacas de castanha, algo em torno de 450 toneladas de castanha.

Foto: Ideflor-Bio / Acaje

A importância da parceria

A parceria entre o Ideflor-Bio e a Acaje garante a sustentabilidade da atividade extrativista e a conservação da floresta. A associação, com seu profundo conhecimento da região e das técnicas de coleta, contribui para a otimização dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida dos extrativistas.

Dentro da base de Jamaracaru, construída graças a parceria do Estado com a Acaje são realizadas diversas atividades fora o trabalho de cadastramento dos extrativistas e monitoramento ambiental. Além do trabalho de coleta da castanha e do cumaru os extrativistas contam com a produção de biojóias, doces artesanais e visitação guiada por meio do turismo de base comunitária onde cada condutor consegue melhorar sua renda e contribuir para a manutenção da floresta em pé.

“Em 2023 o Ideflor-bio, o Imazon, a Prefeitura de Óbidos e outros parceiros, como o Fundo Lira do Instituto Ipê, realizaram inúmeras atividades conosco. Hoje a Acaje possui cursos importantes para atuar junto ao Ideflor e também para gerar renda dentro das nossas comunidades”, ressaltou a presidente que hoje executa outras atividades fora o período das safras da castanha e do cumaru.

Um futuro promissor

A combinação da tradição extrativista com o turismo de base comunitária representa um futuro promissor para a região do Jamaracaru que hoje também desenvolve trilhas e visitação a cachoeira de Jamaracaru, um importante atrativo turístico da região e exemplo de que ao valorizar seus recursos naturais e culturais, a comunidade fortalece sua identidade e garante a preservação da floresta para as futuras gerações.

“Em julho de 2024 nós iniciamos o trabalho de visitação e trilhas para a Cachoeira, e esse trabalho foi fruto dessa parceria com o Ideflor e tivemos ainda nosso primeiro Dia no Parque, um projeto realizado em todo o Brasil e que é realizado pelo Imazon. Hoje temos nove condutores capacitados e aptos a realizar a atividade. Cada visitação é acompanhada por dois condutores e leva em média 10 pessoas”, finalizou Sidiane.

Foto: Ideflor-Bio / Acaje

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