O clima é de revolta na região do Chapadão, no KM 130 da rodovia Transuruará, em Santarém, no oeste do Pará. Nesta quinta-feira (13), uma ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Força Nacional resultou na retirada de gado e equipamentos de diversas propriedades rurais, gerando indignação entre agricultores, pecuaristas e comunitários.
Produtores denunciam que as operações têm ocorrido de forma truculenta e sem aviso prévio, causando prejuízos incalculáveis. Somente nesta ação, mais de 200 cabeças de gado foram apreendidas e levadas pelas autoridades ambientais. Além disso, tratores e outros equipamentos agrícolas foram confiscados, impactando diretamente a produção local.

“Hoje foi com o vizinho, amanhã pode ser comigo”, diz produtor
A falta de regularização fundiária na região é apontada como um dos principais problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais. Segundo um dos produtores prejudicados, há um sentimento generalizado de insegurança e abandono por parte do governo federal.
“Hoje foi com o vizinho A, amanhã pode ser com o vizinho B e depois pode ser comigo. É triste ver um cidadão que trabalhou a vida toda para construir algo ser tratado dessa forma”, desabafou um pecuarista.

Os trabalhadores questionam por que as autoridades investem em operações repressivas, ao invés de promoverem a regularização das terras e fornecerem apoio ao desenvolvimento sustentável da região.
“O governo intimida, persegue e não regulariza”
Os produtores alegam que o governo federal, através de órgãos como o Ibama e a Força Nacional, tem intensificado as ações de fiscalização e retirada de rebanhos sem oferecer soluções concretas para a regularização fundiária.
“Esse aparato todo poderia ser usado para regularizar as terras e ajudar o produtor. Mas não, só vem para retirar e prejudicar quem trabalha”, disse outro pecuarista da região.
Enquanto isso, a regularização fundiária continua parada. A frustração e a sensação de injustiça tomam conta da comunidade, que pede respeito e soluções definitivas para quem trabalha e produz no campo.
A redação do Quarto Poder entrou em contato com as autoridades responsáveis para obter um posicionamento oficial sobre a ação, mas até o momento da publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para os devidos esclarecimentos.