Golpe do falso consórcio faz novas vítimas no Brasil e acende alerta do Procon: saiba como se proteger

Um esquema de falso consórcio de veículos que operava a partir de Ceilândia (DF) foi desmantelado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no último dia 26 de junho. Durante a operação, foram apreendidos R$ 80 mil em espécie, um carro vendido ilegalmente a seis pessoas diferentes, além de computadores, celulares, documentos e uma arma de fogo furtada. Cinco pessoas foram presas, e uma suspeita continua foragida.

A quadrilha utilizava uma empresa de fachada, a Alfa Motors Prime, para aplicar o golpe em diferentes estados do país. Os criminosos publicavam anúncios falsos de veículos em sites de venda e redes sociais, atraindo vítimas com promessas de financiamento facilitado e preços abaixo do mercado.

Segundo a investigação, o grupo era formado por Marcos Vinícius da Silva Viana, Ericles Queiroz de Oliveira e Joyce Larissa Alves Rodrigues, que atuavam como líderes e responsáveis por treinar os vendedores. Larissa Coimbra Costa mantinha contato com as vítimas após o golpe, oferecendo desculpas e promessas falsas, enquanto Guilherme Silva Pereira atuava como vendedor diretamente envolvido nas fraudes. Maria Gabriele Oliveira dos Santos, responsável por receber pagamentos via PIX em contas pessoais, está foragida.

A dinâmica do golpe incluía etapas bem estruturadas com anúncios online atrativos com veículos aparentemente reais; simulação de negociações autênticas, com envio de vídeos, documentos e contratos falsos para criar credibilidade; cobrança de um sinal de entrada, geralmente R$ 5 mil.

Após o pagamento, o discurso mudava: os golpistas alegavam que o valor referia-se apenas a uma “consultoria financeira” ou “verificação de crédito”, que teria sido reprovada;

O veículo nunca era entregue e o dinheiro, quando devolvido, era em parte ou não retornava.

Esse tipo de golpe não é exclusivo do Distrito Federal. Em Belém (PA), um casal foi vítima de golpe semelhante no início de junho. Eles assinaram um contrato acreditando que estavam comprando um veículo por repasse, mas acabaram inseridos em um consórcio sem saber. O prejuízo foi superior a R$ 11 mil, e a Delegacia do Consumidor investiga o caso.

Em Santarém, no oeste do Pará, há casos dessa natureza que já estão sendo investigado pela polícia e nos próximos dias, o QP vai mostrar quem está à frente dessas empresas.

Procon alerta: “Golpes de fachada são comuns e cada vez mais sofisticados”

Diante da recorrência desses crimes, o Procon emitiu um alerta aos consumidores sobre os riscos de empresas de fachada que operam por meio de páginas bem produzidas na internet e redes sociais com aparência profissional, mas sem qualquer respaldo legal ou autorização para atuar no sistema financeiro.

“Muitas dessas empresas sequer têm CNPJ ativo para o ramo de consórcios. Algumas nem existem fisicamente. Elas usam nomes atrativos, linguagem persuasiva e promessas fora da realidade para iludir o consumidor”, informa o Procon.

Como se proteger desse tipo de golpe

O Procon orienta os consumidores a seguirem algumas recomendações antes de qualquer negociação de consórcio ou compra de veículo online:

Desconfie de preços muito abaixo do mercado ou promessas de financiamento “sem burocracia”;

Pesquise a reputação da empresa em sites como Reclame Aqui, redes sociais e consulte o CNPJ no site da Receita Federal;

Verifique se a empresa está autorizada pelo Banco Central a operar consórcios (https://www.bcb.gov.br);

Evite transferências via PIX para contas de pessoas físicas ou em nomes diferentes da empresa com quem está negociando;

Leia atentamente o contrato e, em caso de dúvida, procure orientação jurídica ou um órgão de defesa do consumidor;

Guarde todos os comprovantes e registros de conversas, que podem ser úteis em eventual processo judicial ou investigação.

Foi vítima? Veja o que fazer:

Se você acredita que caiu em um golpe semelhante, o Procon recomenda que:

Registre um boletim de ocorrência o quanto antes;

Procure o Procon de sua cidade para formalizar a denúncia;

Reúna toda a documentação e conversas trocadas com os golpistas;

Consulte um advogado para avaliar a possibilidade de ação judicial de reparação de danos.

A repressão a esse tipo de golpe depende da denúncia e do compartilhamento de informações pelas vítimas, reforça o Procon. Quanto mais rápido os consumidores agirem, maior a chance de impedir novos crimes e responsabilizar os envolvidos.

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