Santarém, no oeste do Pará, uma das joias do turismo amazônico, amarga a última colocação no Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados. Entre os 100 maiores municípios brasileiros, a Pérola do Tapajós ficou em 100º lugar, com nota zero na avaliação geral.
O ranking analisa a qualidade dos serviços de saneamento básico em todo o país — e os números são alarmantes. Em Santarém, com uma população de 331.942 habitantes, menos da metade da população (48,49%) tem acesso à água tratada. Pior ainda: apenas 3,77% do esgoto é coletado e somente 8,61% da população está coberta por tratamento de esgoto, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SINISA 2023).

A crise do saneamento não é exclusividade de Santarém. Outras cidades da Amazônia Legal estão entre as piores do Brasil:
Porto Velho (RO): 99ª posição, com só 35% de cobertura de água;
Macapá (AP): 98ª posição, com menos de 8% de esgoto coletado;
Rio Branco (AC), Belém (PA), Ananindeua (PA) e São Luís (MA) também figuram na lanterna do ranking.
Em contraste com esses dados, cidades como Campinas (SP) alcançaram nota quase máxima (0,992), evidenciando o abismo na distribuição dos investimentos e na qualidade da gestão pública.
Em Belém, futura sede da COP30, os números também preocupam: embora o acesso à água chegue a 94,62%, a coleta de esgoto atinge apenas 19,34% da população. O tratamento é limitado a 27,51%.
Segundo o Instituto Trata Brasil, os piores resultados refletem a falta de investimentos estruturais e a ineficiência na gestão pública. Enquanto o marco legal do saneamento determina a universalização dos serviços até 2033, os números mostram que muitos municípios ainda estão muito longe dessa meta.
Ranking das 10 piores cidades em saneamento básico (2025):
Posição | Cidade | Estado |
---|---|---|
100 | Santarém | PA |
99 | Porto Velho | RO |
98 | Macapá | AP |
97 | Rio Branco | AC |
96 | Belford Roxo | RJ |
95 | Belém | PA |
94 | São Gonçalo | RJ |
93 | Ananindeua | PA |
92 | Várzea Grande | MT |
91 | São Luís | MA |
Fonte: Instituto Trata Brasil / GO Associados – Ranking do Saneamento 2025