Residente de Monte Alegre (PA) cria robô que orienta pacientes com câncer em hospital do RS

Uma ideia nascida a mais de 3 mil quilômetros de distância está revolucionando o atendimento a pacientes oncológicos no Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HC), no norte do Rio Grande do Sul. O responsável é Otávio Castro, residente em farmácia e natural de Monte Alegre, no oeste do Pará, que desenvolveu um robô de atendimento virtual para orientar sobre medicamentos, efeitos colaterais e cuidados durante o tratamento contra o câncer.

A ferramenta, chamada Relaty, surgiu da percepção de que os pacientes muitas vezes se esquecem das orientações recebidas presencialmente. Antes, essas informações eram entregues em papel, mas se perdiam, molhavam ou rasgavam. “Precisávamos de algo prático, acessível e que estivesse sempre com o paciente”, explicou Otávio.

A inspiração veio do atendimento automatizado de serviços públicos via WhatsApp. Mesmo sem formação em tecnologia, ele investiu R$ 400 mensais de recursos próprios para desenvolver o chatbot em uma plataforma online. O projeto foi tão bem recebido que, atualmente, é financiado pelo próprio hospital e será apresentado como o trabalho de conclusão de residência do paraense.

Desde junho de 2025, após uma fase piloto iniciada em outubro do ano anterior, o Relaty passou a ser oficialmente disponibilizado aos pacientes, com acesso por QR Code. O robô oferece cinco opções principais: medicamentos orais, injetáveis, refrigerados, administração por sonda e contato direto com um farmacêutico, que retorna em até 24 horas. A navegação é simples: basta inserir nome e telefone, escrever a dúvida e aguardar a resposta.

A tecnologia também fortalece a farmacovigilância, já que pacientes passaram a relatar com mais frequência reações adversas que antes não eram comunicadas. Esses relatos ajudam a ajustar tratamentos e aumentar a segurança no uso dos medicamentos.

Otávio destaca que, mesmo entre os pacientes idosos, o uso tem sido viável graças ao apoio de acompanhantes que manuseiam os celulares. “É um canal que aproxima, orienta e cuida. E tudo isso nasceu da vontade de facilitar a vida de quem já enfrenta um tratamento tão delicado”, afirma o jovem paraense, que sonha em ver o Relaty se expandir para outras unidades de saúde do Brasil.

Com informações do site Gauchazh

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