O Ibama demoliu nesta sexta-feira (10), um muro construído ilegalmente em área de preservação permanente no distrito de Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará. A ação, determinada pela Justiça Federal, integra a Operação Caraipé II e reforça o combate às ocupações irregulares em uma das regiões mais emblemáticas e sensíveis da Amazônia.
A operação contou com o apoio da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo a decisão judicial, o muro havia sido erguido sem licenciamento ambiental válido e interferia na vegetação nativa e na dinâmica natural do solo, comprometendo a integridade ecológica da área.
Em novembro de 2024, a comunidade de Alter do Chão foi surpreendida pela notícia de que o terreno onde funcionava a Escola da Floresta havia sido vendido a um grupo de empresários. Criado em 2008 dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão, o espaço era referência em educação ambiental, promovendo atividades práticas, trilhas e visitas voltadas à preservação da floresta e à valorização da cultura tradicional.
Com a venda, a escola foi obrigada a deixar o local, e os novos proprietários iniciaram construções que provocaram impactos ambientais e conflitos com o povo indígena Borari, que considera a área, situada às margens do Lago Verde, sagrada. Desde então, lideranças indígenas e ambientais têm denunciado as obras irregulares e articulado uma mobilização pela restituição da área e pela proteção do território ancestral.
O Ibama informou que todos os protocolos técnicos e ambientais foram seguidos durante a ação, priorizando a segurança das equipes e a minimização de impactos adicionais. A iniciativa faz parte dos esforços contínuos do Instituto para coibir construções ilegais e promover a recuperação de áreas degradadas em zonas de alta relevância ecológica.
“Nosso compromisso é garantir o cumprimento da legislação ambiental e proteger os ecossistemas da região”, afirmou o Ibama em nota oficial.

