Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmam que o parlamentar pretende avançar com um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O mandato de Maia encerra na próxima segunda-feira (1), data da eleição para o novo representante da Casa Legislativa. Fontes confirmaram à Folha de São Paulo a intenção de Maia de autorizar o processo contra o presidente.
Na terça-feira (26), Maia ligou para o coordenador político do governo, general Luiz Eduardo Ramos, e reclamou da interferência de Bolsonaro na disputa pela presidência da Câmara. O presidente da Câmara, no entanto, negou que tenha abordado a questão do impeachment durante a conversa.
Pela legislação, cabe ao presidente da Câmara decidir se há elementos jurídicos para dar sequência à tramitação do pedido. O impeachment só é autorizado a ser aberto com aval de pelo menos dois terços dos deputados (342 de 513). Após a abertura, pelo Senado, o presidente é afastado do cargo.
Além da informação de aliados, Maia declarou, durante reunião da Mesa Diretora da Câmara no dia 18 de janeiro, que “se o presidente continuar apoiando vocês nesse clima pesado, ele vai levar um impeachment pela frente, hoje ou amanhã”.
Foi uma resposta à afirmação de uma aliada do deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara, que acusou Maia de adotar uma atitude ditatorial na Casa.
A possibilidade de o DEM deixar o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) e migrar para o grupo de Lira, chancelado por Bolsonaro, levou Maia a se irritar com aliados e com o governo.
Nos últimos dias, Maia passou a defender que o PT, o maior partido do grupo, com 52 deputados, ocupe a vice-presidência. Isso porque, no cenário em que Lira ganhe, ao menos haveria um nome da oposição para contrabalanceá-lo na direção da Casa.
Fonte: Portal do Holanda