Um militar aposentado da Aeronáutica identificado como Joelson Alves de Souza assassinou a golpes de faca a esposa, Tamires Ferreira Abdon, e a amiga dela, Jéssica Araújo Bezerra Mesquita no começo da tarde deste sábado, 30, no bairro do Guamá, em Belém.
O duplo assassinato aconteceu dentro do condomínio residencial João Paulo I, situado na travessa Barão de Mamoré, esquina com a rua dos Mundurucus, por volta do meio dia. Segundo informações dos vizinhos, na hora do almoço foi ouvida uma gritaria intensa e pedidos de socorro vindos do primeiro andar, no apartamento 105, onde o casal residia. Em seguida, tudo ficou em absoluto silêncio no imóvel. A vizinhança, assustada e temendo pelo pior, acionou a polícia para verificar o que teria acontecido no interior do apartamento.
Ao chegar no local, os policiais militares do 20º Batalhão da PM (20º BPM) já encontraram os corpos das duas mulheres estirados na cozinha da residência, sem vida. Ao redor, poças e rastros de sangue indicavam luta corporal violenta entre as vítimas e o assassino, que também foi achado no local com ferimentos de arma branca. No corpo de uma das vítimas também foi encontrada uma faca ainda fincada na região do pescoço.
Joelson foi socorrido e levado inicialmente para o Hospital da Aeronáutica de Belém (HABE) e posteriormente encaminhado para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, na região metropolitana de Belém. O estado de saúde dele não foi divulgado. Não há confirmação de que os ferimentos encontrados no corpo de Joelson tenham sido causados durante a briga e tentativa de defesa das vítimas ou se ele tentou se suicidar após ter matado as duas mulheres. As duas hipóteses serão apuradas pela polícia.
Numa das paredes da residência onde o crime ocorreu estava escrito com sangue a palavra “sapatão”. A equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC) que fez a análise preliminar no local do duplo homicídio acredita que a expressão encontrada na parede da casa tenha sido feita pelo próprio assassino, numa tentativa de possivelmente ofender as vítimas. O sangue usado para escrever o potencial insulto ainda será periciado para descobrir se pertencia a uma das vítimas ou era do próprio assassino. A palavra na parede indica, também, que o crime provavelmente tenha tido motivações passionais, mas ainda não há confirmações de que Tamires e Jéssica teriam algum envolvimento amoroso ou que tenha havido uma relação extraconjugal que pudesse apontar as circunstâncias das mortes cruéis das amigas. As motivações do crime ainda serão investigadas pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que ficou responsável pelo caso.
Pelas lesões encontradas nos corpos das duas mulheres, a perícia acredita que Tamires, a esposa, tentou defender a amiga Jéssica. A esposa do acusado tinha perfurações de defesa apenas nas costas, mas Jéssica apresentava lesões em várias partes do corpo, inclusive rosto e pescoço. No local foram encontradas duas facas utilizadas no crime.
Familiares e amigos das duas vítimas, abalados, não quiseram comentar o crime. Os corpos de Tamires e Jéssica foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) por volta de 16h.
Fonte: O Liberal