Esta semana, em Juruti, no oeste paraense, foi lançado o projeto Ingá – Indicadores de Sustentabilidade e Gestão na Amazônia. O projeto irá apoiar a formação de capital humano local para a autonomia da gestão e liderança do território, proteção e conservação de florestas nativas, restauração de áreas degradadas, apoio ao empreendedorismo e a estruturação do observatório de indicadores de desenvolvimento sustentável do município de Juruti trabalhando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, no território.
O foco prioritário das ações do projeto será direcionado para três importantes regiões do município de Juruti, o Projeto de Assentamento Agroextrativista (PEAEX) do Curumucuri, através da parceria com as organizações ACOGLEC – Associação das Comunidades da Gleba Curumucuri; e a Cooperativa mista do Curumucuri, o PEAEX Prudente Monte Sinai através da parceria com a Associação das Comunidades Prudente e Monte Sinai (ACOPRUMS) e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jará, em parceria com o conselho da Unidade de Conservação, além de ações na área urbana da cidade.
A iniciativa é coordenada pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), com investimentos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), da Alcoa, do Instituto Alcoa, da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), e parcerias do Instituto Vitória Régia (IVR), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e Centro de Internacional de Agricultura Tropical (CIAT).
A prefeitura municipal de Juruti será outro importante parceiro no projeto, como beneficiário em ações formativas ou como parceiro nas ações formativas voltadas para a gestão pública municipal.
“Estamos cada vez mais buscando fortalecer estruturalmente as bases de nossa sociedade, esse projeto irá integrar ações em diversos vieses da sustentabilidade a partir do fortalecimento das pessoas, para áreas que hoje enfrentam diversas dificuldades sociais, econômicas e ambientais. Trazer um olhar sustentável ao uso dos recursos naturais de forma que crie um ambiente onde jovens, mulheres, agricultores familiares vejam suas vidas melhorar, este é um foco que estamos trabalhando e vamos buscar neste projeto. Ficamos felizes em ter grandes parceiros nos ajudando a tornar isso uma realidade em Juruti”. Afirmou Maria Melo (Deise), Presidente do Instituto Juruti Sustentável (IJUS).
Com duração de 18 meses, o projeto terá um investimento de mais de R$1.6 milhão.
Estratégias do projeto:
Estratégia 1: Conservação da Biodiversidade: Proteção de 30 hectares de florestas nativas através de acordos de proteção florestal com agricultores familiares; Restabelecimento das condições de equilíbrio de 30 hectares de áreas degradadas através da implantação de sistemas agroflorestais.
Estratégia 2: Economia baseada na biodiversidade: Formação de 30 agricultores familiares em implantação e manejo de Sistemas Agroflorestais; Capacitação de 34 agricultores em boas práticas de manejo de aves e Formação Continuada em Gestão de Empreendimentos Comunitários (Formar Gestão) capacitará 20 empreendedores sociais visando aumentar a autonomia das Organizações comunitárias.
Estratégia 3: Meio de vida e bem estar: Formação de 40 Agentes de Desenvolvimento Local, Formação de 40 lideranças em gestão e governança institucional.
Fausto Cruz, Presidente do Instituto Alcoa (IA), pontuou que o projeto Ingá está ligado à própria missão do IA, “A missão do Instituto Alcoa é promover coletivamente a educação e o desenvolvimento dos territórios nos quais atuamos. Quando falamos coletivamente, queremos mostrar que o Instituto Alcoa está sempre atuando em conjunto, por entender que não conseguirá promover as transformações necessárias sozinho. As parcerias são fundamentais para que possamos alavancar os resultados de nosso investimento. E o Projeto Ingá é a mostra de como uma articulação pode proporcionar mais resultados, ser assertiva e promover um impacto ainda maior na sociedade.”
Capital humano em foco
Lideranças comunitárias integrantes das associações das comunidades do Curumucuri, Prudente e Monte Sinai, Apa do Jará, IJUS, incluindo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, serão beneficiadas com ações do projeto como Curso de Agente de Desenvolvimento Local (ADL).
A formação terá impacto direto em 40 pessoas e indireto em 1937 famílias. Capacitação de 30 em Agentes Ambientais e agricultores familiares em Manejo Florestal com ênfase em Sistemas Agroflorestais das áreas da ACOGLEC e ACOPRUMS. Mais 34 agricultores familiares em Boas Práticas de Manejos de aves e Formação Continuada em Gestão de Empreendimentos Comunitários (Formar Gestão) capacitará 20 empreendedores sociais
“Para parametrizar sua intervenção no território, a PPA possui duas premissas fundamentais de trabalho. A primeira delas consiste em sempre fomentar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, permitindo que suas populações se fortaleçam, expandam suas capacidades, ampliem e diversifiquem sua produção. A segunda premissa consiste em engajar o setor privado para assumir um papel central no estímulo a este desenvolvimento sustentável. O projeto Ingá, a partir da consolidada parceria com a Alcoa, permite atingir as duas premissas plenamente. Garantimos recursos e oportunidades para que o IJUS, uma organização genuína da Amazônia, crie capacidades, se desenvolva e – como feliz consequência – gere um ecossistema de valor para que toda a região se beneficie”. – Augusto Corrêa, Secretário Executivo da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA).
O IEB implementará processos de diagnósticos, qualificação de demandas e ações formativas voltadas ao fortalecimento de capacidades locais, “O IEB acredita que a discussão em prol da sustentabilidade ambiental só é possível se partirmos do reconhecimento de que existem pessoas, e que elas fazem parte desses biomas, a partir daí podemos discutir processos que visem o fortalecimento de capacidades locais, para que elas sejam as protagonistas das ações a serem desenvolvidas nesses territórios, e acreditamos que o Projeto Ingá parte dessas premissas, e assim tem grande potencial de contribuir para que esse atores sigam exercendo o seu papel enquanto principal guardião da sociobiodiversidade da região, garantindo assim desenvolvimento econômico para as famílias atrelado a sustentabilidade ambiental!”, ressalta Alison Castilho, Analista Socioambiental do IEB.
O IVR irá desenvolver um trabalho integrado fortalecendo a capacidade produtiva das famílias agricultoras, Sandro Oliveira, Pesquisador do IVR, destacou “Através do Sistema Agroflorestal (Safs), enriquecimento de matas ciliares, iremos unir o conhecimento popular (empírico) que as comunidades já possuem, fortalecendo com nosso conhecimento técnico, resultando em alimento, geração de renda e recuperação de áreas degradadas. Trabalho integrando com as famílias. Assim ao mesmo tempo promover ações de preservação do Meio Ambiente em Juruti e gerar alimento e renda”.
Fonte: Comunicação IJUS