Mais de 20 famílias das comunidades ribeirinhas Boa Nova, Casinha, Saracá, Camixá e Bom Jesus, no Lago Batata, município de Oriximiná (PA), estão participando da retomada das atividades de campo do Projeto de Apoio a Sistemas Agroflorestais (SAFs), iniciativa do Programa de Educação Socioambiental da Mineração Rio do Norte (MRN) em cumprimento a condicionantes do Ibama. Desenvolvido, desde 2005, o projeto é executado em parceria com a consultoria Florestas Engenharia.
As visitas técnicas começaram em agosto e as capacitações iniciaram nos dias 24 e 25 de setembro na comunidade Boa Nova com o Curso de Criação de Galinha Caipira, que teve foco na produção de ração natural. “Esse curso ensina os agricultores a produzirem ração a partir de materiais que eles já têm na propriedade como, por exemplo, casca de mandioca, batata doce e amendoim forrageiro”, assinala Juliana Mello, consultora do projeto.
Ao trabalhar as capacitações sustentáveis para a produção de ração, adubo natural e biofertilizantes, o projeto espera contribuir para aprimorar tecnicamente os trabalhos e incrementar mais a renda dos participantes do Projeto SAFs. “A expectativa é implementar novas técnicas que garantam maior produtividade, a diminuição do custo de produção e aquisição de insumos e o aumento da renda dos agricultores neste período de instabilidade econômica”, declara Jéssica Naime, gerente de Relações Comunitárias da MRN.
Os 29 agricultores participantes recebem capacitações como cursos e visitas técnicas, nas quais são trabalhadas metodologias coletivas e individuais, compartilhando saberes tradicionais locais e técnicas agroecológicas. As atividades são realizadas priorizando todas as medidas preventivas neste período de pandemia como distanciamento social, atendimentos individualizados, evitando aglomerações, uso de máscaras e higienização com álcool em gel.
No mês de outubro também foram realizados cursos de empreendedorismo, cooperativismo e horticultura, para aprimorar o desenvolvimento de SAFs como o do agricultor Eduardo Rocha Costa, que cultiva milho, limão, melancia, abacaxi, macaxeira, mandioca, abóbora e pupunha na comunidade Saracá. “O projeto tem me ajudado bastante e eu agradeço porque está dando renda. Quero levar esse projeto para frente, que eu desenvolva e cresça mais porque representa um futuro. A questão é abraçar com vontade e, com o apoio da Mineração e do pessoal técnico do projeto, que vai dar instrução, a gente chega lá”, relata o agricultor.
Para a agricultora e criadora de pequenos animais Cleide de Souza, também da comunidade Saracá, o SAFs é uma oportunidade de crescimento de vida. “Eu gosto muito de plantar e cultivar, trabalhar com agricultura. Eu planto e cultivo hortaliças, laranjeiras, tangerina, limão, coco, carambola, pitanga, acerola, mandioca, macaxeira e milho. Pretendo continuar e ampliar esses plantios, usando biofertilizantes e adubo natural. Também crio carneiro, galinha e pato. Eu me sinto apoiada pela Mineração, pelas técnicas e pelos técnicos agroflorestais que nos ajudam”, declara Cleide de Souza.
Além dos resultados de produtividade e geração de renda, o projeto também contribui para o equilíbrio ambiental e a segurança alimentar das comunidades atendidas. “Essas capacitações para o plantio em sistemas agroflorestais colaboram com a conservação do solo e meio ambiente e com a segurança alimentar, pois os agricultores possuem grande variedade de plantas florestais e agrícolas e também trabalham, de forma integrada, a criação de pequenos animais como galinha. Durante esta pandemia, eles informaram que os plantios e criação foram importantes para garantirem a alimentação de suas famílias e a renda, fazendo comércio destas aves na comunidade”, conta Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da MRN e coordenadora do projeto Safs.
Fonte: Temple Comunicação