O Brasil abriga uma das mais importantes florestas do mundo: a floresta amazônica, com a maior biodiversidade do planeta. Este domingo (17/07) é marcado pela comemoração do Dia de Proteção às Florestas, uma data escolhida para estimular reflexão, sensibilização e promoção de ações efetivas à preservação das espécies florestais. Consciente da importância de conservar o bioma amazônico, a Mineração Rio do Norte (MRN) busca desenvolver práticas sustentáveis para a mitigação de possíveis impactos. O empreendimento de bauxita da empresa está inserido na Floresta Nacional Saracá-Taquera, ocupando apenas 4,24 % da área total da referida unidade de conservação.
A mineradora conta com diversos programas e iniciativas na região da Flona para auxiliar na conservação da floresta, com um robusto plano de ações de produção e plantio de mudas; monitoramento da flora e solo; acompanhamento de espécies arbóreas e arbustivas, entre outras ações que auxiliam na restauração florestal. Uma dessas iniciativas é o desenvolvimento do Programa de Resgate, Salvamento, Multiplicação e Reintrodução da Flora (PRSF), que tem o objetivo de realizar o resgate e reprodução de espécies da flora, para posterior reintrodução em áreas em processo de recuperação após o término das atividades de lavra.
Em 2021, foram resgatados 14.362 espécimes, distribuídas em 103 espécies, de 44 gêneros e 07 famílias botânicas. Esse quantitativo é composto em sua maioria por espécimes epífitas (76,72%), seguidos de hemiepífitas (15,07%) e terrestres (8,20%). “O Epifitário da MRN é um espaço de conservação dessas espécies e começou, de forma voluntária, em 2001. Após o resgate, é feita triagem e o beneficiamento das plantas. Em seguida, se estiverem aptas, são reintroduzidas na área de floresta. Colocamos até dez indivíduos de uma mesma espécie em cada árvore e, após isso, fazemos o monitoramento delas”, explica Talita Godinho, analista ambiental da MRN.
Ela acrescenta que epifitismo é uma relação de inquilinismo entre duas plantas, na qual uma planta vive sobre a outra, utilizando-se apenas de apoio e suporte e sem retirar delas nutrientes, numa relação harmônica, podendo ou não estabelecer contato com o solo.
Para cada coleta são realizados o registro e a identificação das amostras por meio das fichas de campo, contemplando as seguintes informações: nome do coletor; número da coleta; nome científico; data e local da coleta. Há resgate de propágulos vegetais – parte de um organismo que possa dar origem a novos indivíduos da mesma espécie – bem como espécies raras, ameaçadas de extinção e/ou protegidas, entre outras. A coleta das espécies terrestres é executada com a retirada da planta do solo, ainda com o “torrão” (parte da terra aderente às raízes). Essa medida evita danos ao sistema radicular das plantas, que é responsável pela fixação dos vegetais e pela absorção de água e nutrientes, facilitando o transporte e aumentando as chances de sucesso durante o replantio.
Integrante da equipe do Programa, João Batista, consultor técnico da MRN, atua há mais de 40 anos no cuidado de plantas em áreas remotas e na floresta, com dedicação exclusiva ao estudo da botânica de epífitas e hemiepífitas. Desde 2008, o profissional conduz o programa de resgate e reintrodução destes exemplares na Flona. “Eu atuo no salvamento de epífitas, entre elas orquídeas, bromélias e aráceas, que são resgatadas durante a supressão vegetal e depois levadas para o Epifitário”, explica. Ele contribui, juntamente a outros pesquisadores e técnicos da empresa, na identificação e catalogação dos exemplares resgatados, que são monitorados e fazem parte do acervo da empresa. “Temos mais de 150 espécies de orquídeas, 75 espécies de bromélias, 25 espécies de aráceas no Epifitário. É onde garantimos a sobrevivência das espécies”, afirma.
Desde 2016, a MRN faz a preservação de materiais botânicos para compor a sua coleção científica. Ao todo, já foram armazenados 892 exemplares vegetais. Nos últimos anos, foram identificadas 14 novas espécies dentro do Projeto MRN, entre elas Catasetum taquerense e Catasetum sacará-taquerense, pertencentes à família das orquídeas, que receberam esses nomes em homenagem à unidade de conservação. Esta atividade de resgate também tem interface com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, pois fornece espécimes para enriquecimento ambiental de áreas em restauração florestal.
Fonte: MRN