A sexualidade já é um tabu presente na sociedade atual mas ao analisar como isso aparece entre os deficientes são descobertos novos aspectos envolvidos nesse processo.
A psicóloga Priscilla Souza, graduada em psicologia pela Unesp Bauru, sexóloga formada pelo instituto Casal Tessarioli e pós graduada em psicologia clínica comportamental, acaba trabalhando essa questão com a maioria de seus pacientes “a sexualidade não trata apenas de sexo, ela está presente em um contexto de autoestima, de relacionamentos, então sempre caímos nesse assunto” afirma a doutora. Por também ser uma deficiente física, ela entende como tratar pessoas em situações semelhantes e percebe uma empatia maior por parte dos pacientes por já saberem das dificuldades enfrentadas por ela.
Na questão da sexualidade, Priscilla explica que barreiras de aceitação por parte de pessoas com diversidade funcional são frequentes, tanto por parte de PCDs quanto por pessoas ligadas a elas. A dúvida sobre a capacidade de realizar atos sexuais gera autossabotagem, atrapalhando na hora H. A psicóloga acredita que esse tabu pode demorar a desaparecer na nossa sociedade mas sempre motiva seus pacientes: “é importante que o deficiente se permita seduzir e ser seduzido”.
A profissional revela que também teve dificuldades para lidar com sua sexualidade e completa dizendo que começou a procurar mais sobre o assunto para ajudar seus pacientes, “como eu iria ajudar alguém sendo que eu não entendia a experiência vivida por mim?” justifica a doutora.
A pauta da sexualidade não é comum nos debates sobre a inclusão de deficientes na sociedade. Priscilla acredita que falta educação sexual para esse grupo de pessoas para derrubar os mitos que envolvem o assunto e deixar claro que elas também podem amar, preservar e se proteger de certos abusos.
Fonte: Mengucci Imprensa e Mídia