O Projeto Ingá (Indicadores de Sustentabilidade e Gestão na Amazônia) inicia sua segunda fase de execução, que terá a duração de 18 meses. As ações são divididas em sete estratégias e executadas por trimestre. Vale lembrar que o projeto não teve interrupção e que nesta segunda fase conta com novos parceiros: Citi Foundation e Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA). Os investimentos para essa nova fase somam mais de R$ 2,7 milhões.
Na última semana, equipes técnicas do projeto iniciaram a apresentação das mudanças e os avanços do projeto até novo momento.
A iniciativa é coordenada pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS), com investimentos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), da Alcoa Foundation, da Citi Foundation e da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA). Os parceiros são o Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA) e Aliança Bioversity/CIAT (Centro de Internacional de Agricultura Tropical).
O Projeto Ingá apoia a formação de capital humano no município paraense de Juruti para a autonomia da gestão e liderança do território, proteção e conservação de florestas nativas, restauração de áreas degradadas, apoio ao empreendedorismo e a estruturação do Observatório de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do município em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) no território.
Para Marcos Amaral, vice-presidente do IJUS, a segunda fase do Projeto Ingá tem como ganho as experiências acumuladas ao longo de sua primeira etapa, como também dos demais programas desenvolvidos pelo Instituto. “O reconhecimento das necessidades do território onde atuamos possibilitará a eficácia na abordagem junto às nossas comunidades, mas também, potencializará o impacto das nossas ações. O diálogo promovido junto aos atores locais, numa perspectiva colaborativa, possibilitará uma gestão participativa das atividades. Com as pesquisas desenvolvidas pelo Observatório, poderemos ter diagnóstico do território e propor uma agenda de desenvolvimento de diferentes setores com responsabilidade socioambiental”, estima.
O foco prioritário das ações do projeto na primeira fase foi direcionado para três importantes regiões do município de Juruti: o Projeto de Assentamento Agroextrativista (PEAEX) do Curumucuri, através da parceria com as organizações Associação das Comunidades da Gleba Curumucuri (ACOGLEC) e Cooperativa Mista do Curumucuri, o PEAEX Prudente Monte Sinai, através da parceria com a Associação das Comunidades Prudente e Monte Sinai (ACOPRUMS), e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jará, em parceria com o Conselho da Unidade de Conservação, além de ações na área urbana da cidade.
Juruti Velho
A segunda fase do Projeto Ingá contempla a região de Juruti Velho, que irá receber, principalmente, as iniciativas do Juruti UP, por meio das oficinas “Despertar” do CEA. O Juruti UP é um projeto que tem como objetivo principal despertar o empreendedorismo sustentável entre os jovens da região, buscando direcioná-los e orientá-los de acordo com a metodologia do “design thinking” e psicologia positiva.
Ao todo serão realizadas cinco oficinas “Despertar”, envolvendo 450 jovens nas regiões de Juruti Velho, Curumucuri, Prudente Monte Sinai, Juruti sede e um seminário de encerramento. Além de contribuir com a criação de novos negócios, a ideia é estimular os jovens a contribuir com o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de suas ideias de negócios sustentáveis em sua região com foco na floresta, biodiversidade e agricultura sustentável.
Por conta de suas riquezas naturais, cultura e localização estratégica, Juruti possui um grande potencial de gerar renda, emprego e melhoria da qualidade de vida através do empreendedorismo sustentável. Segundo o coordenador do Juruti UP, Luiz Fadel, a ideia é despertar nos jovens o interesse tanto pelo desenvolvimento sustentável como social do território. “Conhecemos muito os resultados que o Projeto Ingá teve na primeira fase e estamos bastante felizes por estar nessa segunda fase por meio do Juruti UP”, declara Fadel.
Energia renovável
Outra novidade na nova fase do Projeto Ingá está atrelada à estratégia de melhoria de condições de vida e da qualidade do bem estar. Um total de 30 famílias terão infraestrutura básica e condições socioeconômicas melhoradas por meio de energia renovável através de kits solares. 60 famílias receberão filtros de água, passando a consumir água de qualidade na prevenção a eventuais doenças ligadas ao consumo de água contaminada e outras 30 famílias ganharão telefones rurais, o que pode favorecer até a aumento de renda em decorrência do uso.
Observatório
Por fim, também será estruturado e consolidado o Observatório de Indicadores de Desenvolvimento Local. Para isso, estão previstas várias oficinas até se chegar à fase de operacionalização do observatório para definição dos indicadores e finalização do site. O Observatório de Indicadores será um instrumento de controle social, que como o próprio nome diz, buscará observar o desenvolvimento local e criar um espaço de diálogo para executar ações práticas no município com as organizações.
Fonte: Instituto Juruti Sustentável