Um estudo inédito revelou um número alto de peixes consumidos na Amazônia brasileira contaminados por mercúrio, que é quando a concentração da substância é acima do permitido. Os dados são de uma pesquisa inédita feita por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio, Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Greenpeace, Iepé, Instituto Socioambiental e WWF-Brasil.
No Pará, o município de São Félix do Xingu, no Sul do estado, apresentou nível de 29,41% nos peixes comercializados aos moradores. Em Itaituba, região onde a atividade garimpeira é predominante, o percentual de contaminação é de 21,13%. Na terceira colocação nesse ranking está Oriximiná, onde esse percentual é de 14,08%. Altamira vem logo a seguir com um índice de 13,95%. A capital Belém apresentou percentual de 8,57%, enquanto que Santarém registrou 7,14%.
Segundo os dados, entre os estados pesquisados, Roraima tem o maior índice de contaminação: 40% dos peixes analisados possuem índices do metal pesado altamente tóxico superior ao limite recomendado pelas regras sanitárias e de saúde.
No estudo foram incluídos dados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Para chegar ao dado, a pesquisa avaliou peixes vendidos em estabelecimentos comerciais em cidades nos estados e, depois, foi produzida uma média.
Veja os números de peixes contaminados por estado:
Roraima — 40%
Acre — 35,9%
Rondônia — 26,1%
Amazonas — 22,5%
Pará — 15,8%
Amapá — 11,4%
Os garimpos ilegais usam mercúrio em excesso para separar o ouro. Essa substância causa problemas neurológicos no ser humano, principalmente em crianças e grávidas.
Pesquisa
O estudo foi realizado entre março de 2021 e setembro de 2022, quando foram analisadas amostras de 1.010 peixes de 17 municípios.