A integração de agricultores familiares, extrativistas, empresários, batedores de açaí, cooperativas, associações, indústria, setor financeiro, gestores públicos e pesquisadores foi o diferencial do seminário “A cadeia do açaí no estado do Pará: desafios e oportunidades para a sustentabilidade”, realizado nesta terça (1º) e quarta-feira (2), no Hotel Beira Rio, em Belém. O intercâmbio de conhecimentos e experiências sobre os avanços e desafios da cadeia possibilitarão a construção e o fortalecimento de políticas públicas no segmento, inclusive, sobre ações que contribuam para uma economia mais inclusiva e de baixas emissões.
Realizado pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Estado de Agricultura Familiar do Pará (SEAF) e de Agricultura e Pesca (SEDAP), em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o evento produzirá um portfólio de indicações de problemas e soluções, a partir das discussões realizadas para subsidiar a tomada de decisões de gestores municipais, estaduais e federais.
“Conseguimos mobilizar e promover um debate com praticamente todos os atores da cadeia de valor do açaí para discutir sua importância social, econômica, ambiental, além dos entraves da atividade produtiva. O intuito é potencializar, cada vez mais, a cadeia do açaí no Pará, que é uma das nossas maiores riquezas. Cabe a nós, dialogar e fortalecer a articulação com esses atores para que o açaí siga sendo motivo de orgulho para a população paraense e que as nossas ações possam ser muito mais alinhadas com a realidade, atuando de forma integrada e eficiente”, ressalta o titular da SEAF, Cassio Pereira.
Mais de 100 mil famílias paraenses estão envolvidas na cadeia do açaí, que é uma importante fonte de renda e emprego no Estado. No Brasil, o açaí é o principal produto florestal não madeireiro consumido, com produção que supera 1,4 milhão de toneladas por ano. Segundo o IBGE, em 2018, a comercialização do fruto movimentou mais de R$ 3 bilhões no Estado. A área cultivada abrange 200 mil hectares e o maior município produtor é Igarapé-Miri.
O gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, pontua que as discussões realizadas no evento abrem novos caminhos para o segmento, pelo fato de reunir em um único ambiente diferentes atores da cadeia. “Ter a oportunidade de conhecer pesquisas científicas na área, poder contribuir para a construção de políticas públicas e ouvir outros integrantes do segmento em um seminário criado para viabilizar essa cadeira tão importante para o Estado, sobretudo, a respeito da movimentação econômica, é fundamental para o desenvolvimento”, diz.
Entre os principais programas desenvolvidos pela Sedap no segmento, Geraldo Tavares destaca o “Programa Estadual da Qualidade do Açaí”, realizado com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), que normatiza regulamentos e decretos sobre a atividade do batedor artesanal, tornando o Pará o único Estado que produz normas técnicas para nortear a modalidade, além do desenvolvimento do tanque de branqueamento, qualificações, entre outras.
Outro programa em destaque da Sedap na área é o de Desenvolvimento da Cadeia do Açaí, denominado Pró-Açaí, voltado ao fomento de insumos, sementes selecionadas e qualificação sobre manejo, contribuindo efetivamente com o aumento e enriquecimento da produção do açaí no Pará.
Fonte: Agência Pará