Para iniciar os estudos voltados à criação da Unidade de Conservação (UC) que vai proteger a maior árvore da América do Sul, e a quarta maior do planeta, técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) realizaram nesta sexta-feira (11) sobrevoo na área onde está o vegetal, um angelim-vermelho (Dinizia excelsa), que mede 88,5 metros de altura e 3,15 metros de diâmetro, equivalente a um prédio de 30 andares.
O objetivo foi visualizar e avaliar a integridade física das árvores e obter imagens de diferentes ângulos. Na ocasião, a equipe liderada pela Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio) identificou inúmeras árvores, que devem ter altura superior a 70 metros.
Em 2016, um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou 36 árvores de grande porte na região, utilizando o LiDAR (Light Detection and Ranging), equipamento de última geração que cria um modelo digital de terreno fazendo a leitura do solo e das copas das árvores, dimensionando a altura de cada uma delas.
Expedição – O Ideflor-Bio planeja para outubro deste ano uma expedição científica pelo Rio Jari, em conjunto com o Instituto Federal do Amapá (Ifap), que irá até a árvore gigante, localizada a 200 km ao norte de Monte Dourado, distrito do município de Almeirim, no Oeste do Pará.
“Essa expedição vai realizar um estudo do relevo, da flora e da fauna, com relevância para a datação desse angelim-vermelho, que estimamos ter entre 400 e 600 anos”, informou o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.
O mapeamento será importante para a compreensão e preservação dessas árvores gigantes, além de contribuir para o conhecimento sobre o ecossistema em que estão inseridas. A proteção das espécies e de seu habitat é essencial para a conservação da biodiversidade amazônica.
Recategorização – Atualmente, o local em que se encontra a maior árvore é uma UC de Uso Sustentável. Com o sobrevoo, o Ideflor-Bio iniciou os estudos para a recategorização da parte da Floresta Estadual (Flota) Paru, onde ocorrem essas espécies, como uma UC de Proteção Integral.
A mudança no status da Flota Paru garantirá a proteção desse patrimônio natural. As árvores gigantes são importantes não apenas para o Pará e a floresta amazônica, mas para toda a humanidade. A preservação desses vegetais e da floresta é essencial para a manutenção dos ecossistemas, da biodiversidade e do equilíbrio ambiental.
“Já temos pesquisas que indicam que onde se encontram árvores de grande porte os índices de biodiversidade são maiores, a diversidade biológica é maior. Esse é outro elemento que justifica a proteção dessas áreas em que árvores estão situadas”, informou o engenheiro florestal Thiago Valente, assessor da presidência do Ideflor-Bio.