Um projeto da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com vários centros de pesquisa, está realizando o mapeamento dos casos de Covid-19 no município de Santarém. A partir de um processo participativo, envolvendo gestores públicos, organizações da sociedade civil, lideranças e moradores, a iniciativa busca compreender como a doença se distribui na zona urbana e rural, além de buscar fatores que possam favorecer ou impedir o avanço da pandemia.
A pesquisa “Monitoramento e vigilância geoespacial em saúde no município de Santarém – PA” é realizada por pesquisadores dos Institutos de Ciência e Tecnologia das Águas (ICTA) e de Saúde Coletiva (Isco) da Ufopa e conta com a parceria do Instituto Federal do Pará (IFPA), Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e Université des Antilles.
Os mapas de distribuição de casos registrados e dos equipamentos de saúde gerados pelos pesquisadores podem auxiliar na identificação de áreas mais vulneráreis e no direcionamento de medidas de prevenção e estratégias de testagem pelo poder público. O projeto investiga ainda outros aspectos para entender como a pandemia se manifesta e é propagada no ambiente amazônico e apontar formas mais adequadas para combatê-la.
“Podemos pensar em protocolos de embarcação, como é maneira mais segura de realizar o transporte fluvial em meio a uma situação como essa; como que se dá o isolamento social em comunidades tradicionais que normalmente já estão muito distantes dos centros urbanos; quando devem ser feitas as remoções, que é tirar um paciente diagnosticado da sua comunidade para um tratamento mais complexo aqui na cidade. São algumas questões que vão nos ajudar a pensar a pandemia a partir do ponto de vista da Amazônia”, comenta o coordenador do projeto na Ufopa, João Paulo de Cortes.
O professor destaca o relatório Impactos da Covid-19 nas comunidades de pescadores em Santarém – PA, organizado em conjunto com a organização Sapopema, a Colônia de Pescadores Z-20 e o Sindicato dos Produtores Rurais de Santarém como um dos resultados iniciais desse trabalho: “Este relatório foi um primeiro passo muito importante para a compreensão de como ficaram as atividades econômicas realizadas na várzea, os conflitos existentes e as condições de saúde desde que entramos na situação de pandemia”.
Colabore – Para realizar esse mapeamento, a pesquisa conta com informações da população a respeito das condições de saúde, transporte e medidas adotadas na comunidade para enfrentar a pandemia. Moradores e lideranças de movimentos e organizações sociais de bairros e comunidades podem participar enviando relatos via WhatsApp para (93) 99195-1333. As pessoas que colaborarem com o projeto receberão certificados de participação.
“Basta mandar uma mensagem no WhatsApp que nós retornamos o contato. O que nós pretendemos é uma conversa franca com as pessoas com algumas questões específicas, como, por exemplo, se houve uma percepção de casos na comunidade, quando isso aconteceu, quais medidas foram tomadas. Fora isso, estamos muito interessados no que as pessoas têm a dizer. A pessoa vai ter todo o espaço para manifestar o que tem visto”, reforça o professor.
Fonte: Comunicação/Ufopa