O presidente Jair Bolsonaro decidiu conceder a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz a 24 aliados do governo e pessoas próximas, incluindo a mulher, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A homenagem está publicada em decreto no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28).
Criada nos anos 1970, a honraria se destina a reconhecer esforços de autoridades e personalidades que, no âmbito das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas relacionadas com a higiene e a saúde pública, tenham contribuído, direta ou indiretamente, para o bem-estar físico e mental da população.
Não há nenhum detalhamento no decreto sobre os feitos que teriam justificado a entrega da medalha à lista de autoridades escolhidas por Bolsonaro. A concessão da medalha é feita por decreto do Poder Executivo, mediante proposta do Ministério da Saúde.
Defensora de causas sociais, especialmente de pessoas com deficiência auditiva, Michelle Bolsonaro atua em projetos que envolvem esse público e trabalho voluntário. Ela preside o conselho do Programa Pátria Voluntária, que conecta voluntários com oportunidades de voluntariado promovidas por instituições sociais.
Um recém-chegado ao governo também foi escolhido para receber a distinção. Trata-se do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que no último dia 7 assumiu a Diretoria de Logística do Ministério da Saúde. Ele substitui Roberto Ferreira Dias, que deixou o posto após ser acusado pelo PM Luiz Paulo Dominghetti Pereira de pedir propina para assinar contrato de compra da vacina Astrazeneca/Oxford.
Ao todo, 12 ministros vão receber a Medalha Oswaldo Cruz. São eles: Carlos Alberto França (Relações Exteriores); Fábio Faria (Comunicações); Flávia Arruda (Secretaria de Governo); Gilson Machado (Turismo); João Roma (Cidadania); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência); Milton Ribeiro (Educação); Paulo Guedes (Economia); Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional); Tarcísio de Freitas (Infraestrutura); Tereza Cristina (Agricultura); e Walter Braga Netto (Defesa).
Os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente, também foram agraciados com a honraria. Ambos são aliados do governo no Congresso. Lira é o responsável por decidir sobre o arquivamento ou a sequência de pedidos de impeachment contra Bolsonaro. O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, também foi agraciado com a distinção.
A premiação divide-se em três categorias: ouro (11), prata (1) e bronze (4).
Outros membros do governo também estão entre os “medalhistas”. Um deles é o chefe do gabinete pessoal da Presidência, Célio Faria Júnior, considerado “braço direito” de Bolsonaro.
Rejeitado pelo Senado em dezembro de 2020, o embaixador Fabio Mendes Marzano, indicado na ocasião por Bolsonaro para ocupar a posição de delegado permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Genebra, também receberá a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz.
Homem de confiança do ex-chanceler Ernesto Araújo, Marzano é secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania, respondendo, por exemplo, por assuntos de defesa, Nações Unidas, direitos humanos, assistência consular e pela pauta ambiental, motivo de atritos diplomáticos e geopolíticos do governo.
Médico
Duas semanas após ser internado com quadro de obstrução intestinal, o presidente Bolsonaro também vai condecorar com a Ordem do Mérito Médico o cirurgião gástrico Antônio Luiz de Macedo, seu médico particular, que o acompanha desde o episódio da facada, em 2018.
A mesma honraria também será dada ao presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antônio Barra Torres.
Com informações do R7