Parceiros nacionais que apoiam as iniciativas do Instituto Juruti Sustentável (IJUS) na região Oeste do Pará, estiveram em Juruti e realizaram uma semana de visitas técnicas avaliativas a ações e projetos apoiados no município no território dos Projetos Estaduais de Assentamento Agroextrativista (Peaex) Prudente Monte Sinai e Curumucuri, Área de Proteção Ambiental do Jará. São eles a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Alcoa, o Instituto Alcoa, a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e apoiadores das iniciativas que fazem parte do projeto INGÁ (Indicadores de Sustentabilidade e Gestão na Amazônia (INGÁ), fechando um ciclo de percepção de resultados no território.
As visitas acontecem no mesmo período do 2 ° Encontro de Sustentabilidade de Juruti e atestaram a efetividade das iniciativas do IJUS por meio do Projeto INGÁ. Segundo o diretor do IJUS, Gustavo Hamoy, foi uma semana de monitoramento de ações e projetos em campo e uma oportunidade de dialogar com beneficiários e perceber a necessidade de fazer ajustes. “Um ponto alto da semana de visitas de monitoramento das ações do Projeto INGÁ, foi quando os parceiros de fora, como USAID e PPA, e também nós da diretoria do IJUS, vimos, olho no olho, o depoimento, o testemunho e a importância do comunitário que é beneficiado com impacto no dia a dia nas ações. Foi muito gratificante ter esse momento compartilhado nesses diálogos no local”, lembrou.
Entre diversos números, o Projeto INGÁ possibilitou a entrega de 26.300 sementes aos agricultores, a realização de 40 análises de solo, a implementação de 01 viveiro de mudas e de 04 sistemas de irrigação, a criação do Observatório de Indicadores, dois diagnósticos socioambientais, 27 hectares de áreas de SAFs georreferenciadas e 39 hectares de áreas de preservação também georreferenciadas.
Para Catherine Hamlin, diretora do escritório de meio ambiente da USAID/Brasil, foi interessante ver de perto a implementação das intervenções, as perspectivas dos produtores durante o 2º Encontro de Sustentabilidade de Juruti. “Fiquei impressionada com a participação dos membros da comunidade no Encontro de Sustentabilidade, porque há muitos interesses, muitas perguntas e elas (comunidades) têm uma voz muito importante em termos de quais são suas necessidades e prioridades. Nas visitas gostei muito de ver os empreendimentos que já começaram, além dos modelos de SAF`s (Sistemas Agroflorestais) dos produtores. Então, estou contente, depois de muito ouvir sobre Juruti, finalmente conhecer pessoalmente e espero voltar para uma próxima visita”, disse Catherine.
Adeílson Souza é agricultor beneficiado pelo Projeto INGÁ na Comunidade Batata manifestou a alegria de estar do lado de parceiros e investidores. “Estamos felizes de estarmos juntos com os parceiros, como a USAID, PPA e a diretoria do IJUS. O projeto é muito bom. Quero dizer para aqueles que ainda não estão engajados no projeto, que daqui mais para frente eles terão oportunidade de estarem juntos. O projeto é para dar certo, ele só não pode dar certo se a pessoa não quiser, se quiser, vai dar certo. Na minha propriedade, através do projeto, nós já temos a melancia, que estamos consumindo, o mamão que está dando os frutos e vamos complementar com outras plantas que vão trazer também um recurso financeiro. Vamos implementar com maxixe, jerimum, maracujá”, avaliou.
Luciano Andrade também é produtor beneficiado pelo Projeto INGÁ no Sítio Varre Vento, na APA Jará. Ele lembra que antes do projeto, ele plantava em “avulso”, agora a realidade é outra. “A mandioca, a gente plantava e deixava lá, se chovesse tudo bem, se não, tinha que replantar de novo. O Projeto INGÁ veio com ideias legais de plantação e replicamos na mandioca, açaí e outras plantações que fazemos”, lembrou.
Segundo Denyse Mello, gerente de projetos da PPA: “Para nós, foi importante a visita à iniciativa Ingá, uma parceria entre PPA, USAID, ALCOA implementada pelo IJUS. A primeira fase do projeto está em finalização e, nesse sentido, viemos realizar a avaliação do desempenho da sua condução, através da percepção dos beneficiários, parceiros locais, e equipe do projeto, assim como identificarmos se os resultados almejados foram alcançados satisfatoriamente. Também aproveitamos a visita para dialogar com parceiros sobre a próxima fase do projeto. Vale ressaltar que ficamos felizes em ter participado do 2º Encontro de Sustentabilidade de Juruti, promovido pelo IJUS, pois tivemos oportunidade de nos apresentarmos à sociedade de Juruti e contribuir na conversa sobre papel das parcerias no desenvolvimento da Amazônia”.
Alcoa Juruti
Ainda como parte das visitas, os parceiros estiveram na Alcoa Juruti e entenderam como funciona o processo de recuperação de áreas mineradas e conheceram o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), que é parte de um sistema de gestão e conservação da flora e fauna na área da mineração, uma moderna unidade especializada para o atendimento e recuperação de animais de pequeno, médio e grande portes.
No CRAS, é possível realizar atendimentos de pequena e média complexidade, a partir de uma estrutura completa que dispõe de centro cirúrgico e área para tratamento neonatal. O CRAS tem capacidade para receber até 12 animais de quatro grupos faunísticos – mamíferos, répteis, aves e anfíbios. A unidade é composta, ainda, por ambulatório, farmácia, salas de antissepsia, necropsia e nutrição e uma creche aos filhotes que necessitem de tratamento específico, o que garante maior eficiência ao tratamento realizado. O Centro funciona 24 horas por dia com equipe composta por cinco médicos veterinários e quatro auxiliares.
Fonte: Instituto Juruti Sustentável