A produção de objetos em palha de tucumã elaborada por artesãs que vivem às margens do rio Arapiuns passou por mudanças nos últimos anos, entre elas “a valorização enquanto artesanato tradicional”. A conclusão é de uma pesquisa de doutorado realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Sociedade Natureza e Desenvolvimento (SND), por meio do projeto “Signos coletivos para empreendimentos econômicos solidários: diálogos interdisciplinares sobre artesanatos de tradição cultural em Santarém (PA)”.
“A produção de peças em palha de tucumã se transformou, principalmente, devido à constante atuação da AARTA, organização comunitária de artesãs. Após os primeiros projetos de intervenção na Coroca com o artesanato, a AARTA deu continuidade ao processo de “descoberta” do artesanato em diferentes espaços e com diferentes parceiros. Como consequência desse processo, a histórica utilização de tucumanzeiros também se modificou”, afirmou Ana Carolina Vitorio Arantes, doutoranda responsável pela pesquisa.
A pesquisadora detectou que, com a valorização do artesanato e dos tucumanzeiros, as práticas de plantar e cuidar tornaram-se mais comuns. “O ato de descartar as sementes, que já era feito antigamente, também possui um significado na atualidade: não é apenas para se livrar das sementes, mas se orienta também pelo interesse de que essas sementes germinem e, futuramente, forneçam frutos e folhas aptos para utilização”. A pesquisa identificou também que houve um crescimento na quantidade de árvores de tucumã utilizadas pelas artesãs, bem como mudança dos locais de acesso a elas. Atualmente estão em áreas mais próximas das casas. “Essa mudança se deu em pequena escala, mas é relevante na prática e na paisagem local”, concluiu.
Os resultados completos foram compilados numa publicação que está disponível AQUI e foi apresentada aos comunitários.
Comunicação/Ufopa, com informações da pesquisadora