Universidade do Estado (Uepa) lança estudos sobre espaços precários na Amazônia

As obras “Produção de Espaços Precários na Amazônia Paraense: Trabalho e Moradia” e “Produção de Espaços Precários na Amazônia Paraense: Centralidade, Violência e Escola” são os novos lançamentos da Editora da Universidade do Estado do Pará (Eduepa).

As publicações reúnem resultados de vários projetos de pesquisa desenvolvidos no âmbito do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGG) da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O evento de lançamento será às 18h30, da próxima terça-feira, 13, no auditório Paulo Freire (CCSE).

Os livros fazem parte da Coleção Beira, do PPGG/UEPA e trazem reflexões sobre a produção de espaços precários na Amazônia paraense e dos conflitos sociais que se desenvolvem nesses locais.

A obra “Produção de Espaços Precários na Amazônia Paraense: Trabalho e Moradia”, é uma organização das pesquisas dos professores Willame Ribeiro, Aiala Couto, Antônio de Pádua Brasil e Fabiano Bringel, e a obra “Produção de Espaços Precários na Amazônia Paraense: Centralidade, Violência e Escola” é organizada pelos professores Willame Ribeiro, Aiala Couto, Carlos Jorge Castro e Clay Chagas. Ambas as publicações foram financiadas pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).

Os livros demonstram que o espaço é cada vez mais marcado por grande complexidade e diversidade. “Uma das expressões disso é que ao passo em que se vivencia progressivamente uma realidade assinalada pela modernização também se notabiliza o precário, seja ele relativo às contradições associadas ao próprio processo de modernização capitalista ou às permanências de realidades socioespaciais mais antigas”, de acordo com o professor Willame de Oliveira Ribeiro.

“Na Amazônia paraense, a produção de espaços precários é notável nas diversas realidades particulares e se evidencia a partir de dimensões e aspectos muito diversos, mas sempre materializando o sofrimento de pessoas e grupos. Nestas obras, essa problemática é investigada no trabalho, na escola, na moradia, nas dinâmicas de centralização, na manifestação da violência e da criminalidade”.

As obras visam contribuir para a melhor compreensão dessas realidades, assim como projetar elementos úteis à construção de estratégias de superação desse quadro, “seja a partir do protagonismo dos movimentos sociais ou das contraditórias, complexas, mas indispensáveis e relevantes ações estatais”, afirmou o professor Willame.

Os debates apresentados no livro Produção de Espaços Precários na Amazônia Paraense: Centralidade, Violência e Escola, reúnem a centralidade e precariedade sob a perspectiva geográfica dos municípios amazônicos, abordando elementos centrais das desigualdades socioeconômicas subsidiadas por indicadores sociais que revelam os elementos da vulnerabilidade socioespaciais, detalhou Carlos Jorge Nogueira de Castro, professor do PPGG.

“As territorialidades e conflitos na fronteira amazônica e suas diversas manifestações no espaço urbano mediante a atuação de múltiplos agentes e suas formas de atuação, considerando escalas de poder e composição no território. Ao fim, as políticas públicas a partir das ações do Ter Paz exprimem em relevo a dispersão dos serviços e equipamentos urbanos”. O programa do Governo do Estado TerPaz consiste na articulação de políticas públicas de inclusão social.

E no que se refere ao sistema educacional brasileiro, as abordagens ressaltadas constituem-se em eixos precários por demandas inclusivas. “A precariedade desses espaços escolares, revelam diversas formas de violência que implica em uma discussão crítica sobre os Direitos à Escola não precária, evidenciando um olhar e a implementação das políticas de inclusão”, afirmou o professor Carlos Jorge Castro.

A necessidade de inclusão escolar de pessoas historicamente excluídas do processo educacional regular, como as pessoas com deficiências (PCDs), bem como a luta por uma educação mais inclusiva, também são abordados nos estudos, com objetivo de conscientizar na defesa de políticas elaboradas em favor deste aspecto.

Sobre o difícil acesso e a quase ausência de inclusão nas escolas para estudantes PCDs, para o professor Carlos Jorge de Castro, “há espaço para o debate quando o aborda as escolas da rede estadual de Belém, em sua maioria as escolas abordadas na pesquisa encontram-se em áreas periféricas. Penso que a falta de inclusão, tendo o Estado quando negligencia as demandas da sociedade, é também uma forma de violência. É nesse sentido que os textos apresentam suas propostas de análises considerando os cenários pesquisados. A precariedade na escola e a fragilidade nos instrumentos de ensino são fatores que impulsionam fenômenos como: evasão escolar, manifestação das mais variadas formas de violência, baixo desempenho e desestímulo ao trabalho docente e do corpo técnico pedagógico da escola, incidindo em formações escolares precarizadas”. E destacou a necessidade de uma implementação efetiva das políticas de inclusão.

As publicações estarão disponíveis para aquisição na Editora da Universidade do Estado do Pará, localizada na Travessa Dom Pedro I, 519, Bairro Umarizal, em Belém.

Fonte: Agência Pará

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