A revista científica Nature acaba de publicar o artigo “Mercury and CO2 emissions from artisanal gold mining in Brazilian Amazon rainforest” (“Emissões de mercúrio e CO2 provenientes da mineração artesanal de ouro na floresta amazônica brasileira”), cujos autores são os pesquisadores Bernhard Peregovich, Lorena da Silva Tenório e Adria Cristina da Silva Alves, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Ufopa, em colaboração com Benjamin Fritz e Mário Schmidt, ambos da Universidade de Pforzheim, Alemanha.
O artigo é fruto de investigação sobre o uso de mercúrio e energia em 47 locais de mineração na bacia do rio Tapajós, considerado o maior distrito de mineração artesanal do mundo. A pesquisa mostra que são utilizados 1,7 kg de mercúrio por kg de ouro extraído, dos quais apenas cerca de 0,19 kg de mercúrio são liberados no meio ambiente quando é utilizado o equipamento conhecido como retorta (dispositivo de destilação que faz a recuperação do mercúrio, evitando que ele vá para o meio ambiente). No geral, isso significa a liberação anual de, pelo menos, cerca de 2,5 toneladas de mercúrio na região, mesmo quando são utilizadas retortas.
Segundo os autores, a mineração artesanal contribui para as alterações climáticas através do consumo de energia, que libera cerca de 16.000 kg de CO2 por quilograma de ouro; isso significa que, mesmo com o uso de retortas, há grande impacto ambiental.
