As organizações e movimentos sociais da Amazônia manifestaram publicamente seu repúdio ao Plano Clima denominado “participativo”. Nas redes sociais, eles repudiam o Plano e, afirmam que desde o início, o processo tem se mostrado desarticulado, apressado e adotado uma metodologia que não dialoga com a realidade dos biomas e das comunidades locais.
O plano, que deveria ser construído de maneira coletiva, transformou-se em uma “vitrine para gringo ver”, com decisões tomadas de fora para dentro, sem considerar as vozes e os saberes das populações amazônicas. Esse método ignora a complexidade da região e exclui aqueles que não possuem acesso pleno à internet, configurando-se mais como uma imposição do que como um verdadeiro diálogo.
Sem uma representatividade verdadeira dos biomas amazônicos, o plano carece de legitimidade e se revela distante das necessidades e particularidades do povo da Amazônia. As organizações destacam que, em vez de promover uma construção coletiva, o processo serve apenas para exibir a região a observadores estrangeiros, sem efetiva participação das comunidades locais.
“Repudiamos um processo excludente, desarticulado e distante das verdadeiras necessidades do nosso povo”, afirmam as entidades.
Por esses motivos, as organizações e movimentos repudiam essa metodologia excludente que desconsidera a diversidade ambiental, social e cultural da Amazônia!
Assinam:
- FASE Amazônia
- Grupo Mãe Terra
- Terra de Direitos
- Movimento Tapajós Vivo – MTV
- Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém – AMTR
- Guardiões do Bem Viver
- CNS – Baixo Amazonas
- Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém – STTR
- Maparajuba – Direitos Humanos na Amazônia
- Federação das Organizações Quilombolas de Santarém – FOQS
- Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
- Movimento Sem Terra – MST
- Projeto Luz e Ação da Amazônia – UFOPA
- Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Oeste do Pará – SINDUFOPA
- Associação de Defesa dos Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia – ADHMA
- Conselho dos Pescadores e Pescadoras – CPP/Norte
- Coletivo Muvuca
- Instituto Madeira Vivo
- Comitê de Defesa da Vida Amazônica na Bacia do Rio Madeira
- Núcleo Rondônia do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental
- Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém – FAMCOS
- Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
- Federação da Flona do Tapajós
- Grupo de Defesa da Amazônia – GDA
- Projeto Saúde e Alegria – PSA
As organizações reafirmam a necessidade de um Plano Clima que realmente respeite e incorpore as particularidades da Amazônia, promovendo um diálogo genuíno e inclusivo com todas as comunidades afetadas, valorizando seus conhecimentos, culturas e modos de vida.