Infâncias Ribeirinhas e a relação com o rio e a floresta serão retratadas no documentário “Amazônidas”

O episódio “Infâncias Ribeirinhas” da série documental “Amazônidas” retratará as particularidades do “crescer” na Amazônia, acompanhando como crianças e jovens se relacionam com os rios e a floresta, construindo suas identidades a partir da conexão com o meio ambiente.

“Amazônidas” é uma série documental idealizada pelo antropólogo Diego Alano Pinheiro. O projeto foi selecionado pelo Edital de Audiovisual Fomento Inciso I – Lei Paulo Gustavo, do estado do Pará. Composta por cinco episódios, a produção revelará narrativas de comunidades quilombolas, populações negras, indígenas, ribeirinhas e LGBTQIAPN+.

No episódio sobre as Infâncias ribeirinhas, quatro histórias de vida mostram como é viver às margens dos rios Tapajós e Arapiuns, na Amazônia Paraense.

Victor Júnior, de 11 anos, nascido em comunidade Igarapé-Açu (Rio Tapajós, em Santarém-PA), é um dos personagens do documentário. Comunicativo e brincalhão, o menino compartilhou que ama tomar banho de rio e se aventurar nas águas com a sua canoa. Mas sua rotina não é só de brincadeiras: todos os dias, ele atravessa o Rio Tapajós para ir à escola em Santarém.

“Eu gosto de estudar porque quero ser professor ou médico para cuidar da minha família”, compartilhou Victor. A história do menino é uma prova da força da infância ribeirinha na Amazônia.

Victor Júnior (Foto: Divulgação/Muruci Produções)

Luan Cardoso, de 12 anos, estudante do 7º ano na Escola Nossa Senhora de Fátima, na comunidade Anã (Rio Arapiuns) revelou para a equipe da Muruci Produções, como se sente feliz em crescer rodeado pela natureza. Luan narrou que seu passatempo preferido é nadar nos rios e igarapés da região.

“Nascer na Amazônia é muito legal porque tem o som dos pássaros, das árvores. Gosto muito de tomar banho de rio e igarapé,” disse Luan.

Luan Cardoso (Foto: Divulgação/Muruci Produções)

Elizana Amorim, ou Eliza, como gosta de ser chamada, é uma jovem de 19 anos que nasceu e cresceu na comunidade de Anã, às margens do Rio Arapiuns. Formada na Escola de Militância Socioambiental, Eliza é ativista socioambiental e atua como condutora de turismo de base comunitária.

“Neste documentário eu vou contar a minha própria história e a história do meu povo, porque ribeirinhos também têm voz,” afirma Eliza.  Sua história no episódio destaca a importância da voz da juventude ribeirinha e seu papel na proteção do meio ambiente.

Eliza Amorim (Foto: Divulgação/Muruci Produções)

Outro entrevistado para este episódio da série foi Maickson Serrão, 31 anos. Apesar de adulto, é um exemplo de como a infância ribeirinha pode influenciar na promoção de líderes globais.

Nascido e criado na Vila de Boim, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, Maickson é educador, jornalista, empreendedor social, showrunner do Podcast Original Spotify Pavulagem, dedicado a contar histórias sobre a cultura amazônica.

Em 2023, Maickson representou a Amazônia no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, e hoje faz parte da rede de líderes da Fundação Lemann, uma das principais ONGs do Brasil no setor da Educação. “Vou compartilhar minha perspectiva e visão de mundo e talvez inspira outros jovens, mostrando a força da juventude e o que podemos fazer para preservar a Amazônia,” refletiu Maickson.

Além das Infâncias Ribeirinhas, o documentário abordará a educação interétnica, os saberes ancestrais, a diversidade de gênero e sexualidade, além das crenças.

A série conta com uma equipe de profissionais majoritariamente paraenses e já realizou gravações em localidades como: Igarapé-Açú, Alter do Chão, Santarém, Oriximiná, Monte Alegre, Altamira, Oriximiná, Castanhal e Belém.

O lançamento da série documental está previsto para ocorrer em dezembro no cinema de Santarém (Pará) e nas plataformas digitais.

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