A mosca-da-carambola, praga que acomete frutas em geral, é o fator de maior risco para o agronegócio no Norte do país. Em grande escala, pode comprometer exportações. Com novos casos registrados na última semana, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem orientado auditores fiscais federais agropecuários a reforçarem a vigilância e o controle do comércio e do transporte das frutas na região. Nesta segunda-feira (20), o governo ampliou para 25 o número de municípios sob quarentena no Pará, o que representa 17,3% das cidades no estado.
Os municípios em quarentena, com ocorrência da praga, são: Afuá, Almeirim, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Faro, Gurupá, Juruti, Melgaço, Muaná, Óbidos, Oeiras do Pará, Oriximiná, Ponta de Pedras, Portel, Porto de Moz, Prainha, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, Soure e Terra Santa.
Na semana passada, o Mapa havia declarado status de emergência fitossanitária aos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Este procedimento tem validade de um ano e redobra o controle por parte dos auditores fiscais federais agropecuários em áreas de trânsito. Desses estados, apenas no Amazonas ainda não foi identificado nenhum foco da praga, mas pela proximidade com áreas contaminadas, entrou na lista de emergência.
“Ainda que nossa carreira apresente um déficit significativo de pessoal, estamos redobrando nossa vigilância para evitar consequências piores ao agronegócio do extremo Norte do país. São nestas ocasiões, de aumento em fiscalizações e controle de doenças, que a carência de auditores mais se agrava”, declarou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo.
Zona tampão
A portaria publicada hoje inclui ainda municípios paraenses na chamada zona tampão, que é uma faixa de locais próximos às áreas contaminadas, e serve para alertar as autoridades sobre o perigo da devastação da praga na região.
Estão neste quadro as seguintes cidades: Abaetetuba, Acará, Alenquer, Altamira, Ananindeua, Anapu, Augusto Corrêa, Aurora do Pará, Aveiro, Baião, Barcarena, Belém, Belterra, Benevides, Bonito, Bragança, Brasil Novo, Bujaru, Cachoeira do Piriá, Cametá, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Concórdia do Pará, Curuá, Curuçá, Garrafão do Norte, Igarapé Açu, Igarapé Miri, Inhangapi, Ipixuna do Pará, Irituia, Limoeiro do Ajuru, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Marituba, Medicilândia, Mocajuba, Moju, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Nova Esperança do Piriá, Nova Timboteúa, Ourém, Pacajá, Peixe-Boi, Placas, Primavera, Quatipuru, Rurópolis, Salinópolis, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Santa Luzia do Pará, Santa Maria do Pará, Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São João de Pirabas, São Miguel do Guamá, Santarém, Santarém Novo, Senador José Porfirio, Tailândia, Terra Alta, Tomé-Açu, Tracuateua, Uruará, Vigia, Viseu, e Vitória do Xingu.
Mosca-da-carambola
Com nome científico Bactrocera carambolae, a praga causa danos em diversas frutas, como caju, pitanga, acerola e goiaba, e não apenas à carambola. Desde que foi verificado o primeiro foco da doença no Brasil, em 1996, a mosca-da-carambola permanece restrita aos estados do Pará, Roraima e Amapá.
“A presença da mosca-da-carambola impacta diretamente a economia local e pode comprometer até mesmo as exportações em nível nacional, já que os produtores ficam impedidos de transportar as mercadorias entre os estados”, alertou Macedo.
Na prática, a fruta é contaminada quando a mosca perfura o alimento e deposita seus ovos na superfície; essa perfuração forma um buraco onde as larvas destroem a polpa da fruta, gerando o seu apodrecimento.
Fonte: FSB Comunicação