O juiz Alexandre Rizzi, titular da 1ª Vara Criminal Comarca de Santarém, decretou na última quinta-feira, 4, a prisão preventiva de Heverton Soares Oliveira, conhecido por Grota. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais, entre outros crimes. A decisão também autoriza ações de busca e apreensão na residência e em uma das empresas pertencentes ao investigado, além de quebra de sigilo de informações em aparelhos eletrônicos apreendidos.
A prisão preventiva foi solicitada pela Polícia Federal, buscando evitar possível fuga, ameaça a testemunhas e destruição de provas sobre os fatos em investigação. Após a polícia identificar contatos suspeitos de Heverton Soares com pessoas responsáveis pelo tráfico de 506kg de cocaína apreendidos em uma ação da PF, as investigações apontam fortes indícios de que Grota estaria comandando organização criminosa com meios para traficar entorpecentes por via terrestre, fluvial e aérea.
Há, ainda, evidências de aumento patrimonial repentino do investigado, com aquisições de propriedades, imóveis, veículos, aeronaves, empresas, direitos sobre garimpos, mineração e maquinários no período de 2019 a 2020. Para ajudar na ocultação de patrimônio, Heverton Soares estaria usando terceiros como “testa de ferro” e “laranjas”. Após interceptação das forças armadas, uma das aeronaves pertencentes a Grota foi encontrada incendiada com vestígios de cocaína. O piloto, a mando de Heverton Soares, teria ateado fogo no avião e fugido para área de mata para não ser pego pelas autoridades.
Para basear o pedido de prisão preventiva, a Polícia Federal também apresentou diversas evidências que ligam Heverton Soares a casos de movimentações financeiras de valor exorbitante e a diálogos com pessoas envolvidas no transporte de entorpecentes ou em ocultação de provas das ações ilícitas.
“Entendo haver no momento fundamentos latentes para a decretação da custódia cautelar, notadamente pelos fortes indícios de traficância e associação, sendo a reclusão em cárcere de GROTA medida de extrema necessidade para fins de garantia da ordem pública, isto é, com a prisão, evitar a reiteração criminosa e, ao mesmo tempo, comprometer as articulações do grupo criminoso”, justifica o magistrado Alexandre Rizzi no texto da decisão.
Operação Narcos Gold
O pedido de prisão preventiva contra Grota é parte da Operação Narcos Gold, da Polícia Federal. No total, a operação envolve 12 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão nos estados do Pará, Goiás, Tocantins e São Paulo – todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Santarém. Outras ações da operação incluem bloqueio de bens e sequestro de 12 aeronaves. O objetivo é desarticular um grupo criminoso que, há pelo menos três anos, realiza tráfico de entorpecentes e lavagem de capitais no Oeste do Pará.