Um idoso, que apresentou sintomas da síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, morreu na última sexta-feira (24), em um hospital particular de Santarém. A vítima tinha 83 anos e foi trazida às pressas de avião na última quinta-feira (23), após sentir os primeiros sintomas.
Outros dois casos suspeitos seguem sendo investigados. Os pacientes são parentes do idoso falecido na sexta. Além dele, a mulher, que já recebeu alta, e filho do idoso também apresentaram os sintomas da doença. A Prefeitura aguarda os resultados dos exames para se posicionar sobre esses possíveis casos da doença.
Ainda na sexta-feira, a Prefeitura divulgou uma nota de alerta epidemiológico sobre três casos suspeitos. A nota ressalta que os casos seguem em processo de investigação epidemiológica.
No município, a população está em estado de alerta.
A vítima que morreu com suspeita da doença era moradora de uma comunidade de várzea e teria comido pacu. Após a ingestão do pescado, ele, a mulher e filho começaram a passar mal. Todos foram levados para uma unidade de saúde, sentindo muitas dores musculares e com dificuldade para respirar.
A família decidiu pela transferência do idoso para o município de Santarém. Ele foi internado no hospital da Unimed na quinta-feira, porém, o quadro de saúde dele agravou e ele morreu. A mulher e filho também vieram para Santarém, mas apresentaram quadro leve da doença e já foram liberados.
Doença da urina preta no Pará
Com os três novos casos suspeitos da doença registrados e investigados no município de Óbidos, chega a quatro o número de registro de casos suspeitos da doença no Estado, segundo informou em nota a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). A pasta confirmou que foi notificada sobre os três novos casos suspeitos de doença de Haff e que eles já estão sendo investigados pela Vigilância Epidemiológica do município e pelo 9º Centro Regional de Saúde.
“Os pacientes são residentes da zona rural do município e apresentaram sintomas clínicos de dor muscular intensa, abdominal e urina escura após o consumo de peixe típico da região (PACU). Um deles, que já apresentava outras comorbidades, evoluiu a óbito, e os outros estão sendo acompanhados. Por fim, a Sespa declara que em 2021 foram confirmados 25 casos compatíveis com doença de Haff e em 2022, 4 casos foram notificados e estão em investigação”, diz a nota.
Quase um ano depois do registro do primeiro de caso de doença da urina preta no oeste do Pará, a região voltou a ficar em alerta por causa de pessoas com sintomas da síndrome de Haff.
No dia 7 de setembro de 2021, foi registrada uma morte suspeita pela síndrome de Haff na região oeste do Pará. A vítima foi o mototaxista Genivaldo Cardoso de Azevedo, de 55 anos, que deu entrada no hospital municipal de Santarém com sintomas característicos da ‘doença da urina preta’. Até hoje, o resultado do exame nunca foi divulgado.
A nunca divulgou nenhum resultado que confirmasse ou não a Haff nesses pacientes.
No ano passado, Santarém foi o município que mais registrou casos suspeitos: 13 no total.
Os exames foram enviadas pelo Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen) para uma unidade referência em análise de algas nocivas e ficotoxinas, de Santa Catarina.
