Adepará discute estratégias de prevenção à entrada da monilíase na Amazônia

Uma reunião técnica para definir a atuação conjunta de prevenção à monilíase nos Estados que compõem a região amazônica foi realizada, na terça-feira (11), na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), em Belém.

A reunião contou com a presença de representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e das Agências de Defesa do Acre e do Amazonas, Estados onde existem focos da doença, e de Rondônia, que participou por meio de videoconferência. Também participaram instituições parceiras do setor agrícola como Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Secretaria de Estado de Agricultura Familiar.

A participação dos Estados da Região Norte atende à convocação do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), por meio do presidente da entidade na região Norte, o diretor geral da Adepará, Jamir Macedo.

“Nós, como ponto focal do Fonesa Norte, convocamos as outras agências que se mostraram prontas a dialogar, compartilhar as experiências e a contribuir com o Estado do Pará, neste grande desafio que é a prevenção e o combate à monilíase“, disse o diretor da Adepará.

Na reunião, os representantes das Agências de Defesa apresentaram as ações que estão sendo realizadas para combater os focos da doença e também as medidas de prevenção para conter o avanço do fungo, que é uma ameaça à cacauicultura.

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre, primeiro estado brasileiro a registrar focos da doença, traçou um panorama das ações de combate realizadas, desde o início dos focos da doença em 2021, ainda presente em Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul. “Nós tivemos uma experiência exitosa com as medidas que foram tomadas previamente para o controle e erradicação do fungo, que dissemina muito rápido e quanto mais rápido forem feitas as ações mais promissor será o resultado”, disse Altemar Lima, coordenador estadual controle e erradicação da monilíase no Acre.

A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (ADAF) foi representada por seu presidente José Augusto Omena e por um coordenador da área vegetal, que falou sobre os desafios para o combate a monilíase no estado,apontando como as principais dificuldades questões logísticas para execução das ações, a seca e cheia dos rios, e a atuação em uma área de fronteira onde ocorrem atividades ilícitas, além da escassez de recursos.

A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (IDARON) participou por meio de videoconferência. Assim como o Pará, o estado não tem a presença da praga e realiza atividades contra a monilíase desde 2011. No ano passado, foram mais de 1500 propriedades inspecionadas e o grande desafio é atingir a meta de inspecionar 2 mil propriedades na área urbana. Além disso, o Estado de Rondônia também vem implementando ferramentas digitais na coleta de dados, informou João Paulo, da Gerência de Inspeção e Defesa Sanitária Vegetal e Coordenador de Vigilância e Controle de Pragas.

A diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Estado Pará (Adepará) , Lucionila Pimentel , apresentou a ações realizadas pela agência no território paraense e abordou as perdas para a produção de cacau , que podem chegar a 90% caso ocorra o ingresso da doença no Estado.

Dentre as diversas ações executadas pela Agência para proteger a cultura do cacau , estão a vigilância do trânsito agropecuário; o mapeamento das rotas de risco para a entrada da praga nos municípios do Oeste do Pará como Oriximiná, Óbidos,Juruti ; e a intensificação das ações de educação fitossanitária nos principais municípios produtores do fruto com palestras em escolas, universidades, sindicatos e associações de produtores, além de ações direcionadas aos agentes comunitários de saúde para que eles sejam multiplicadores das informações de prevenção a doença.

A cacauicultura movimenta a economia e gera o sustento para mais de 30 mil agricultores, 85% deles na agricultura familiar. Hoje, o Pará possui cerca de 213.000 hectares de área plantada de cacau, sendo 155.000 hectares em produção, estima-se que o Estado do Pará possui aproximadamente 230 milhões de pés de cacau.

Para avançar na rastreabilidade dessa cultura e executar de forma cada vez mais rápida e eficaz as ações de defesa e inspeção vegetal, a Adepará cadastra os produtores e fiscaliza propriedades. Desde 2011 são realizados ainda levantamentos da monilíase nos estados da região norte. No Pará , além das ações de vigilância fitossanitária, são realizadas também capacitações dos fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e treinamentos do corpo técnico da agência para que eles possam manusear os sistemas de integração de informações agropecuárias. Segundo a Agência , 100 por cento dos profissionais que atuam na prevenção à monilíase já foram treinados.

Como resultado do encontro, foi elaborado um documento com as medidas de prevenção e contenção da praga que será entregue ao ministro da agricultura durante agenda no MAPA esta semana.

Ainda no evento, o diretor geral da Adepará, Jamir Macedo, e o presidente da ADAF, José Augusto Omena, assinaram um termo de cooperação técnica para a realização de ações conjuntas sobre a monilíase.

“O alinhamento das atividades das Agências de Defesa Agropecuária da Amazônia é fundamental para as ações de prevenção da doença nos Estados indenes, no caso o Pará e Rondônia; E nos trabalhos de Erradicação de Focos nos Estados do Acre e do Amazonas. O estreitamento das relações interinstitucionais possibilita a transparência nos protocolos implementados , facilidade na troca de informações e parcerias para o enfrentamento da praga. O Termo de Cooperação Técnica assinado entre Adepará e a ADAF é um exemplo de instrumento legal que ampara as atividades conjuntas e fortalece o Serviço”, destacou Lucionila Pimentel, diretora de defesa vegetal.

“Por meio desse instrumento tanto a ADEPARÁ quanto a ADAF poderão ingressar no território um do outro para executar atividades de defesa e inspeção que são de fundamental importância para proteger a cadeia produtiva do cacau dessa ameaça que é a monilíase”, finalizou Jamir Macedo, diretor da Adepará.]

Fonte: Agência Pará

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